sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mensagem: O absurdo

Estou subjetivando o adjetivo “absurdo” para destacar dois pontos fortes da História da Páscoa que ficam cada vez mais na periferia quando se observa essa data apenas como um dos feriadões que acontecem durante o ano. Absurdo é algo contrário ao bom senso, à razão, ao costume, ou a qualquer tipo de verdade ou modelo estabelecido. Absurdo é algo tolo, um disparatado (Aurélio).
   A História da Paixão de Cristo é um absurdo. Ela é contrária à razão e ao bom senso. A própria Bíblia se refere ao feito de Cristo como uma loucura de Deus. O mais destacado evangelista do Novo Testamento, o apóstolo Paulo constata: “Os judeus pedem milagres como prova, e os não-judeus procuram a sabedoria”. E conclui: “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que é ofensa e loucura. Por isso ele arremata: ”De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura” (1 Co 1.18).
    Esse absurdo nos envolve, pois na palavra “crucificado” há um forte tom de finalidade. Cristo foi crucificado por nossa causa. Ele é poder de Deus para a salvação daquele que crê.
    A História da Páscoa é um absurdo ainda maior. Nós estamos acostumados com a lógica da vida para a morte. Mas a lógica do domingo da Páscoa ficou invertida: é da morte para a vida. Foi o que os anjos disseram àquelas mulheres que visitaram o túmulo de Jesus: “Por que é que vocês estão procurando entre os mortos aquele quem está vivo? Ele não está aqui, mas foi ressuscitado” (Lc 24.5,6).
    A ressurreição de Cristo nos inclui. Porque Cristo tornou a viver nós também iremos ressuscitar. É artigo de fé, sem qualquer possibilidade de comprovação científica. Por isso confessamos: Creio na ressurreição da carne. Tal confissão nos leva a vivermos na perspectiva da eternidade. As promessas de Cristo alimentam nossa esperança cristã e nos animam a promover a vida.
    Nós festejamos esse absurdo.  Feliz Páscoa!
  Pastor Edgar Lemke, Porto Alegre, RS

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mensagem: > A morte de Jesus

Hoje é Sexta-feira Santa, dia em que comemoramos a morte de Jesus. O que fazer neste dia: ficar tristes ou nos alegrar com a morte de Cristo?

Hoje é o dia em que cantamos: “A paixão do Salvador, sua cruz e dores: Contemplai-as com louvor, vós seus seguidores. Vede o que por nós sofreu: entregou-se à morte. Eis assim nos concedeu boa e eterna sorte” (Hinário Luterano 319.1).

De um lado, Sexta-feira Santa é um dia de tristeza. Pois neste dia os homens mataram o Filho de Deus, pendurando-o numa cruz, fazendo dele um espetáculo público.

Mas, de outro lado, Sexta-feira Santa é um dia de regozijo e alegria. Pois neste dia Deus nos salvou de todos os pecados, da morte, do inferno e do poder do diabo. Agora ninguém mais precisa ir para o inferno. Cristo nos abriu o caminho para o céu. Há salvação para todos.

Este dia é também de extraordinária importância, pois a morte de Jesus é o centro de toda história sagrada. Toda história converge para o Calvário: os antigos olhavam para frente, esperando o que ia acontecer; nós hoje olhamos para trás, para aquilo que aconteceu.

Em 1 Coríntios, capítulo 1 nos é dito que os profetas do Antigo Testamento investigavam cuidadosamente de como e quando se daria este acontecimento, e que os próprios anjos se esforçam em entender a profundidade deste evento.

E, por se tratar de um acontecimento de tão grande importância, vamos nós hoje, com toda a humildade e reverência, dirigidos pelo Espírito Santo, ver o que realmente significa a morte de Jesus.

Como todos sabem, Jesus morreu numa cruz. Os seus sofrimentos começaram no jardim do Getsêmani, quando ele, pressentindo a sua morte, se entristece tanto que o seu suor se transforma como se fossem gotas de sangue.

Durante aquela noite toda ele passou acordado, sendo levado de um lugar para outro. Ao amanhecer o dia ele foi entregue ao governador Pôncio Pilatos, por quem ele foi julgado. Colocaram uma coroa de espinhos na sua cabeça, sobre a qual batiam. E depois, finalmente, o levaram para um morro fora da cidade, onde o pregaram numa cruz, deixando-o sofrer até a morte.

E agora a pergunta: De que Jesus morreu? Qual foi a causa de sua morte? Foi o cansaço, o esgotamento físico? Ou será que foi por causa da grande perda de sangue? Ou ainda: a terrível dor que teve de suportar?

Pois, como sabemos, todos os que eram crucificados, morriam por um desses motivos. Geralmente eles lutavam, lutavam, até perder as suas forças e, então, enfraquecidos, morriam.

Mas, será que foi assim com Jesus? Será que Jesus morreu assim como morriam os outros crucificados?

O evangelista Lucas, grande historiador e médico, nos diz uma coisa surpreendente: “Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46).

Aqui nos é dito que Jesus na hora da morte deu um forte grito, que deve ter atravessado a escuridão que envolvia a terra, chegando até aos ouvidos de todos.

Ora, nós sabemos que quando uma pessoa morre de esgotamento físico, a sua voz fica tão fraca que ninguém consegue entender. Isto quer dizer que Jesus não morreu de esgotamento físico, pois estava com todo o vigor físico até o último instante.

Aliás, esta é uma particularidade na morte de Jesus que até hoje muitos não entendem. E o próprio Pilatos, acostumado a mandar crucificar muita gente, não conseguiu entender a morte de Jesus. Ele, por exemplo, quando soube da morte de Jesus, ficou impressionado com o fato de Jesus ter morrido tão depressa.

De modo geral, uma pessoa leva de doze a vinte e quatro horas para morrer na cruz. Eles vão enfraquecendo, enfraquecendo, até finalmente morrer. E Jesus não ficou nem oito horas na cruz. E, o que é mais surpreendente: ele morreu conversando, falando alto.

Alguém poderá dizer: mas que diferença faz se Jesus morreu de esgotamento físico ou com todo o vigor físico? Não é suficiente saber apenas que Jesus morreu por nós?

Não. Isso não é coisa de somenos importância. Se Jesus morreu simplesmente porque perdeu suas forças, então ele nada mais era do que um simples homem, e não Deus como dizia. Neste caso a velha serpente conseguiu derrotá-lo.

O fato de Jesus ter morrido com todas as forças físicas, conversando em voz alta, nos mostra que ele não morreu porque não conseguiu mais resistir o sofrimento, mas morreu porque quis. Ele não morreu como nós seres humanos morremos, mas morreu de livre vontade.

A sua morte foi um ato livre e espontâneo de sua parte. E isso está de acordo com o que ele próprio havia dito aos judeus: “O Pai me ama porque dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dar e de tornar a recebê-la. Pois foi isso que meu Pai me mandou fazer” (João 10.17,18).

Jesus se entregou voluntariamente nas mãos dos inimigos. Ninguém teria sido capaz de colocar a mão nele para prendê-lo se ele quisesse resistir.

Isso ele demonstrou quando estava sendo preso: ele apenas proferiu uma palavra, e todos caíram no chão. Se ele foi maltratado, julgado e morto, é porque esta era a sua vontade. Foi de livre e espontânea vontade que ele ofereceu a sua vida em favor da humanidade e entregou o seu espírito a Deus.

Como vimos, Jesus, na hora de sua morte, clamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Estas palavras de Jesus são importantes, pois, além de mostrar que Jesus se entregava voluntariamente nas mãos de Deus, ele estava com isso cumprindo com uma profecia do Antigo Testamento.

Satanás, o mesmo que havia tentado Jesus no deserto e que agora havia tramado a morte de Jesus, estava jubiloso, esfregando as mãos no fundo do inferno, vendo que conseguira matar Jesus com tanta facilidade.

Achava mesmo que Deus o havia abandonado, pois do contrário não teria dito: “Deus meu, por que me desamparaste?” E que afinal ele tinha sido vitorioso. Esperava apenas o momento em que a alma de Jesus se desprendesse do corpo para apoderar-se dela, como já havia feito com muitos outros crucificados.

Mas eis que de repente, para a sua decepção, Jesus entrega o seu espírito nas mãos de Deus, onde livre dos inimigos, era conduzido ao paraíso. O seu espírito agora estava no paraíso, enquanto o seu corpo continuava nas mãos dos inimigos. A grande luta havia chegado ao fim e o homem das dores estava além do alcance de todos os inimigos. Estava nas mãos de Deus, em cuja companhia estava seguro.

E agora uma pergunta: Qual o resultado da morte de Jesus? Será que a morte de Jesus teve algum efeito ou resultado?

O nosso texto relata dois grandes incidentes que tiveram lugar por ocasião da morte de Jesus: 1) o centurião, emocionado, dando glórias a Deus; e 2) a multidão, cheio de remorso, batendo no peito, lamentando pelo que havia feito.

Quanto ao primeiro, diz o relato bíblico: “Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus” (Lucas 23.47).

Que maravilha! O centurião era o chefe dos soldados que abusaram de Jesus, cuspiram no seu rosto e o maltrataram. Ele havia tomado parte ativa em todo o seu sofrimento. E ali, junto à cruz, ele está esperando a morte de sua vítima. Quantas coisas não devem de ter passado na sua mente durante essas longas horas de espera, vendo tudo o que estava acontecendo.

Ele se pergunta: Será que Jesus é de fato o Filho de Deus, como vinha afirmando? Mas, por que ele se entrega à morte como qualquer outra pessoa e, diante da zombaria do povo, não se defende?

Então ele ouve Jesus orando pelos inimigos, presencia a conversão do malfeitor arrependido. Vê, de repente, tudo escurecer ao redor e um grande terremoto agitar a terra. E então, de maneira inexplicável, no vigor de sua força, ele entrega o seu espírito.

Por certo ele já havia ouvido falar muito a respeito de Jesus, dos seus milagres e ensinos, sem, contudo dar crédito. E agora, diante de tantos acontecimentos, ele não resiste: reconhece afinal que este Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus.

Segundo a tradição, o nome deste centurião era Longuínios, que mais tarde se tornou bispo de Capadócia, aonde veio a sofrer morte de martírio por causa de sua fé.

Outro acontecimento que teve lugar na morte de Jesus nos é relatado nas seguintes palavras: “E todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo no peito” (Lucas 23.48).

Que mudança maravilhosa a morte de Jesus produziu na mente do povo! Junto com os principais sacerdotes e líderes do povo, eles persuadiram Pilatos que condenasse a Jesus. E tanto insistiram que conseguiram.

E quando Jesus estava pendurado na cruz, o povo que ali passava, balançava a cabeça, dizendo: “O tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas. Salva-te a ti mesmo e desce da cruz, se és o Filho de Deus” (Mateus 27.40).

Mas, o que diz agora este mesmo povo quando vê o corpo de sua vítima morto, pendurado na cruz? Os seus lábios ficam serrados. Porém, colocam a mão no peito, cheios de remorso, e lamentam pelo que fizeram.

Este foi o duplo efeito que a morte de Jesus produziu na mente do centurião e dos demais presentes. E qual é o efeito que ela está produzindo em nós hoje?

Se não endurecermos os nossos corações como os escribas e fariseus, o primeiro efeito que isto deve produzir em nós é um profundo sentimento de tristeza. Tristeza pelo fato de terem sido os nossos pecados a causa da morte de Jesus. Nós seremos movidos a colocar a mão sobre a cabeça e a dizer: “O que eu fui fazer? Eu matei o Filho de Deus, encravando-o numa cruz. Foram os meus pecados que o levaram a sofrer tanto”.

O segundo grande efeito que a morte de Jesus deve produzir em nós é um profundo sentimento de gratidão, como teve o centurião romano. Nós seremos levados a louvar e agradecer a Deus pelo seu grande amor, que nos amou tanto a ponto de sacrificar o seu Filho em nosso lugar. Nós seremos levados a glorificar a Deus pelo seu grande amor através de nossos lábios, de nossos bens e da nossa vida.

Que Deus conceda que a morte de nosso querido Salvador produza de fato em cada um de nós esse duplo efeito: tristeza pelo pecado e gratidão a Deus pelo seu grande amor. E que isso envolva tanto o abandono do pecado, como o sacrifício em favor do trabalho da igreja. Amém.


Pastor Lindolfo Pieper
Jaru, RO

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dia de Ramos é lembrado em Ribeirão Preto











A Igreja Luterana recordou a "entrada triunfal de Jesus em Jerusalém" (o chamado Dia ou Domingo de Ramos) eu seu culto do dia 28.  As crianças entraram no templo trazendo ramos que foram colocados no altar (veja foto).  A liturgia girou em torno do tema.  A mensagem enfatizou a importância de cada cristão receber (bem) o Rei Jesus, que chega para ser o salvador de cada ser humano.  O Dia de Ramos inicia as celebrações da Semana Santa (veja post sobre a programação da Igreja Luterana para esta semana).

domingo, 28 de março de 2010

Atividades da Semana Santa

Nesta Semana Santa, a programação da Igreja Luterana de Ribeirão Preto ficou estabelecida desta forma:

> Quarta, 31 de março, reunião da diretoria às 19h30min
> Quinta, 01 de abril, 19h, ensaio do grupo de música (e limpeza do templo)
> Sexta, 02 de abril, CULTO DE PAIXÃO, às 19h. Tema: As 7 palavras finais de Jesus.
> Sábado, 03 de abril, limpeza do templo (e ensaio do grupo de música, se necessário)
> Domingo, 04 de abril, CULTO DE PÁSCOA, às 19h.  Participação especial das crianças

Anote também: Nos meses de abril e maio, a programação dos cultos serã modificada para:
> Domingos 1 e 3: manhãs, 9h
> Domingos 2 e 4: noites, 19h
> Domingo 5: Dia de louvor e comunhão (almoço comunitário) a partir da 9h

Participe!