terça-feira, 5 de abril de 2011

Reflexão: Coragem para morrer

 

“Eu não tenho medo da morte, tenho medo da desonra”, disse José Alencar. A morte desse homem mexeu com muita gente que não tem honra para viver e nem coragem para morrer. Ele sabia viver e por isso, soube morrer. E fez o Brasil todo praticar as palavras bíblicas: “É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer” (Eclesiastes 7. 2). No dia do falecimento de Alencar, fui ao velório de um homem jovem, com uma história muito parecida na doença. Martim Heimann, diretor de um colégio em São Leopoldo, deixou esposa, três filhos, e uma marca – também não tinha medo da implacável inimiga. Nas difíceis palavras de despedida, o pai dele, professor de teologia, disse algo que é tudo o que uma pessoa precisa fazer depois da morte: “Tenho certeza que a primeira pessoa que o meu filho abraçou no céu foi o Senhor Jesus”. Sem dúvida, quem não pode abraçar Jesus, tem pavor da morte.

Li que a investigação dos destroços do Airbus localizados no fundo do mar poderá desvendar as causas do acidente em 2009 e ajudar na segurança do transporte aéreo. É preciso resgatar os restos do avião, a fim de que a morte das 228 pessoas não seja em vão. Na história da humanidade, acontece algo parecido. É necessário que se mergulhe até o fundo do poço, se localize os pedaços da pior tragédia, e numa investigação pessoal, se descubra os motivos deste primeiro acidente, a fim de que haja plena tranquilidade na viagem para o céu. Sem esta descoberta, o ser humano vive e morre inseguro.

Felizmente isto foi elucidado e está nas páginas da Bíblia. “O que dá à morte poder de ferir é o pecado”, conclui, mas Deus “nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.56,57). Através das páginas deste livro, o Alencar e o Martim amaram a Sabedoria, e ela os abraçou e os tornou importantes e honrados  (Provérbios 4.8). A Sabedoria é aquele que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá” (João 11.25). 

Marcos Schmidt

pastor luterano