“Não
existe nenhuma autoridade sem a permissão de Deus”, escreve o apóstolo
Paulo na carta aos romanos. Diz isto sob a impiedosa ditadura do Império
Romano. Se hoje podemos escolher nossos governantes e legisladores num
regime democrático, certamente estamos mais próximos à vontade daquele
que “é Rei e governa todas as nações” (Salmo 22.28).
A Bíblia fala dos
deveres e direitos das autoridades políticas, condena injustiças,
opressão e tirania, sem defender um sistema de governo – monarquia,
democracia ou outra configuração. No entanto, a democracia tem um jeito
parecido com maneira de Deus governar, ao dar liberdade de escolhas com
responsabilidades e consequências.
Na
compreensão deste princípio, de que a instituição do poder político vem
de Deus – num mundo que precisa de gente que manda e de gente que
obedece – percebe-se o significado das urnas: votar é um dom divino. Por
tabela, Deus escolhe pessoas por nossas mãos. Se os governos não
cumprem o seu dever, isto fica na conta deles e um dia terão que prestar
satisfaçãoao Criador. Assim, longe de nós o uso indevido do poder das urnas. Também
nosso compromisso na política não fica apenas na hora do voto. Afinal,
somente um país bem governado oferece condições ao grande propósito
divino, “que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1
Timóteo 2.4). A injustiça, a fome, a guerra, a ignorância, a
desobediência, a imoralidade, a violência, enfim, o caos numa sociedade,
além de desagradar o Criador, dificulta a sublime tarefa de “preparar o
povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de
Cristo” (Efésios 4.12).
Não por nada que o apóstolo recomenda: “Orem
pelos reis e por todos os que têm autoridade, para que possamos viver
uma vida calma e pacífica, com todo o respeito a Deus e agindo
corretamente” (1 Timóteo 2.2). Neste momento, a recomendação é outra:
“Orem pelos eleitores para que possam escolher bons governantes”.