A última parada LGBT realizada em São Paulo, no domingo passado, mais uma vez mexeu com a sociedade brasileira. Em especial, com os cristãos, a partir do protesto de um transexual, que vestiu-se de Jesus Cristo crucificado na cruz, fazendo uma analogia do sofrimento de Jesus com o sofrimento que os travestis sofrem na sociedade civil.
Ainda que muitos de nós tenhamos ficado ofendidos com a cena, por considerarmos uma blasfêmia, não nos compete julgar o transexual (Lc 6.37, 38). Aparentemente, ele pertence a um grupo que busca justamente através da polêmica e do confronto protestar por suas demandas.
Outrossim, nos compete seguirmos a sugestão de Jesus de virar a outra face (Mt 5.39), isso é, não responder protesto com protesto, ódio com ódio, falta de respeito com falta de respeito. A nós compete testemunhar e viver o amor de Jesus a todos os seres humanos, seja heterossexual, homossexual, travesti, etc.; todos nós humilhados pelo pecado que nossos pais Adão e Eva nos legaram (Gn 3; 1 Co 15.21, 22). Somente o Evangelho tem o poder transformador de curar os pecados e somente Cristo atende perfeitamente as principais demandas de cada pecador: a remissão dos pecados e a Vida Eterna (Rm 1.16, Jo 3.16).
Como diz uma famosa frase popular, “Jesus não precisa de advogados, mas sim de testemunhas”. Que em lugar das trevas, haja luz nos corações. Que em lugar do ódio, haja amor em nossos relacionamentos.
Que em lugar da intolerância façamo-nos de tudo para com todos, com o intuito de ganharmos almas para Cristo (Mt 5.16; 1 Co 9.22; Jo 15.12; Rm 12.10).
Que, como povo de Deus, continuemos sendo o sal da terra e a luz para o mundo (Mt 5.13, 14), denunciando o pecado, mas superabundando o Evangelho em nossos pensamentos, palavras e ações (Rm 5.20).
Que o amor e a graça do Salvador Jesus nos motivem a viver e testemunhar o que o Senhor tem feito em nossas vidas, hoje e sempre (Sl 118.17)!
Porto Alegre, RS, 10 de junho de 2015.
Rev. Egon Kopereck
Presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
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