Estudos
apontam que falamos três mentiras a cada dez minutos, e dizem que
fazemos isto porque ninguém consegue viver em sociedade sem enganar.
Será? Existe outro jeito de ganhar o jogo sem cavar um pênalti, sem
inventar uma falta? Dá para vencer sem trapaças? Tem como sobreviver sem
a mentira?
Desiludido com as mentiras da vida, o Sábio de Eclesiastes confessa que tudo neste mundo é ilusão. Um desânimo que surge até no esporte: “Eu descobri mais outra coisa neste mundo: nem sempre são os corredores mais velozes que ganham as corridas (...) Tudo depende da sorte e da ocasião” (9.11). Hoje ele diria: Tudo depende do juiz e do jeitinho. Mas aí surge a tecnologia que, nesta área, desvenda aquilo que tentamos encobrir. Só que tem um detalhe: a máquina tem o poder de acusar, mas ela não pode salvar. Diferente da teologia, que além de expor as falcatruas do ser humano, também indica o caminho à verdade e oferece ajuda. "Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso", escreve João na sua primeira carta. Seria o fim do jogo se o texto bíblico parasse aqui. Tem a prorrogação: "Porém, se alguém pecar, temos Jesus Cristo (...) ele nos defende diante do Pai".
E tem ainda mais. Na defesa contra o ataque da mentira, Cristo também transforma e nos faz arredios a qualquer tipo de falsidade - no futebol, na religião, na política, nos negócios, na família. Por isto, com ou sem as lentes da tecnologia, a mentira sempre terá perna curta.
marsch@terra.com.br