quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reflexão: Religião e Política

Alguém certa vez disse: “Política e religião não se deve discutir”. Outro afirmou: “Religião e política não devem se misturar”.
Ambas as frases viraram ironia, pois política e religião, ao lado do futebol, são os assuntos sempre presentes nas rodas de conversa. Tais debates são positivos, em especial se forem discutidos em níveis construtivos. Porém misturar a religião com a política é um grande erro. Cristo jamais assumiu uma posição partidária.
Infelizmente tal erro tem sido comum na corrida pela presidência do Brasil.
No tempo de Jesus a situação política era bastante curiosa: o império romano havia invadido a Palestina e dominavam o povo. O Imperador (César) colocava um governador como representante no local (Pilatos) e para dar uma de bonzinho permitia que o povo tivesse um rei (Herodes), que na verdade tinha um poder muito limitado e que devia ser sempre submisso a César. O povo estava cansado dessa submissão.
Nessa efervescência partidária pedem para Jesus se posicionar, fazendo-lhe uma pergunta sobre o imposto. A pergunta foi: “é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador Romano (César)?
O texto escrito em Mateus 22.15-22 revela que Jesus sabia que se tratava de uma armadilha, pois se ele dissesse que era justo, o partido dos judeus ficaria contra ele. Se ele dissesse que não era justo, o partido ligado ao governo iria o prender.
Jesus então pergunta de quem era o desenho que havia na moeda. As pessoas prontamente disseram que era o desenho de César (imperador). Então diz a famosa frase: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Com essa frase Jesus não estava ficando em cima do muro, ele não estava apenas dando uma de esperto, mas estava estabelecendo a verdade de que política e religião não se misturam.
Um posicionamento partidário, como diz a palavra, é a favor de uma “parte” e não de “todos”. Cristo é para todos.
Na política, o cristão individualmente estabelece o ponto de contato, sendo sal e luz do mundo. Assumamos individualmente, com o voto, nossas convicções, mas certos de que nenhum ser humano é perfeito e digno de toda confiança (Sl 146).
Na religião, o dever daquele que proclama a Palavra de Deus é anunciar o nome de Jesus. Nele podemos confiar. Podemos não somente depositar nosso voto, mas toda a nossa vida em suas mãos (Sl 37.5).
Pastor Ismar Lambrecht Pinz

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Crianças (e adultos) fazem a festa em RP

Mais de 50 crianças e adultos participaram do Dia da Crianças Feliz 2010 na Igreja Luterana de Ribeirão Preto, SP, realizado no dia 17 de outubro.
Foi uma tarde de histórias bíblicas, cânticos infantis, brincadeiras, cachorro-quente, refrigerante e picolé.  E presentes para todas as crianças.
O evento, anual, tem um caráter missionário, voltado especialmente para crianças que moram nos bairros vizinhos.  Ao todo, participaram cerca de 30 crianças, sendo que cerca de 20 delas não pertencem à Congregação.
(Veja as outras fotos no álbum da Igreja: http://picasaweb.google.com.br/igrejaluteranarp/DiaDaCriancaFeliz2010 





domingo, 17 de outubro de 2010

Mais um mutirão…

DSC01009 Regularmente membros da Igreja Luterana de Ribeirão Preto realizam mutirões em suas dependências.
O último teve como objetivo organizar o salão de atividades múltiplas e, especialmente, preparar melhor dois espaços para atividades da Escola Bíblica Infantil. 
Foram colocadas prateleiras e estantes (veja no fundo da fotografia) fim de melhor separar os materiais das crianças maiores e das menores. 
Além disso, foram colocadas persianas em duas janelas. 
Por fim, foi dado mais um passo na jardinagem na parte externa do templo.
Participaram oito voluntários.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mensagem: São José - da mina e do Herval

Qual a relação da história dos 33 mineiros soterrados no Chile com a do gaúcho milionário da Mega Sena? Não é só nome São José! Enquanto os chilenos finalmente são libertos da mina de ouro, o brasileiro agora está soterrado sob o peso de milhões em dinheiro. Alguém deve estar pensado: “Este pastor é mesmo bobo”. Concordo! Quem não sonha em ficar rico, viajar mundo afora, ter uma casa com tudo o que tem direito, viver do bom e do melhor. No entanto, afortunado assim não poderia continuar fazendo o que faço, a não ser que inventasse uma mega igreja da prosperidade. Seria um sucesso. Mas daí teria que enterrar toda a minha teologia.

O novo milionário já descobriu a profundidade do seu tesouro. Está comprando imóveis e veículos à vista para trazer os parentes a Porto Alegre e fugir dos vizinhos e amigos. Ele teme os assédios, assaltos e sequestros. Perdeu a tranquilidade. Já os 33 mineiros podem ficar sossegados. Os parentes, amigos, o Chile inteiro, ninguém está interessado no dinheiro deles. Só querem se aproximar para um abraço. Por isto a contradição das euforias – a festa em São José do Herval e a festa na mina de San José. Uma traz um mundo de cobiça, afasta parentes e amigos; a outra devolve o convívio e o carinho dos parentes e amigos.

A gente passa a vida toda sonhando com coisas extraordinárias e gasta boa parte do tempo em busca de uma sorte grande, e esquece que tem nas mãos um tesouro ao céu aberto. Por outro lado, o que adianta ter uma mina de ouro, se ela prende e sufoca? O Senhor Jesus já alertou: “Arranjem bolsas que não se estragam e guardem as suas riquezas no céu, onde elas nunca se acabarão; porque lá os ladrões não podem roubá-las, e as traças não podem destruí-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês” (Lucas 12.33,34).

E pensando mais, se a previsão do resgate dos mineiros era só para o Natal, então isto tem outra relação. É um presente adiantado que aponta para a história do José em pessoa, ou melhor, para o enteado dele – o próprio Deus e dono de todas as minas, que nasceu e viveu na pobreza desta terra a fim de nos resgatar de um buraco sem fim.    

 
Marcos Schmidt
pastor luterano   

domingo, 3 de outubro de 2010

Luteranos lançam campanha Natal de Amor

A Igreja Luterana de Ribeirão Preto lançou no dia 3 de outubro, durante o seu culto regular, uma campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis.
Denominada Natal de Amor, a ação social tem como objetivo arrecadar alimentos a serem doados em dezembro para uma (ou mais) instituição social de Ribeirão Preto.
Será um "presente" de Natal dos luteranos para pessoas que precisam de ajuda.
Os donativos podem ser entregue nos cultos, em local indicado do templo.  Também podem ser entregues durante a semana, sob agendamento de horário.  Em caso de doações maiores, também existe a possibilidade de haver retirada no local.
A Campanha será realizada no meses de outubro e novembro. (É preciso verificar o prazo de validade do produto, já que a doação ocorrerá somente em dezembro.)

Informações podem ser obtidas pelo telefone 3639 2407 ou pelo e-mail igrejaluteranarp@gmail.com

Igreja Luterana prepara Dia da Criança Feliz

Mais uma edição do Dia da Criança Feliz acontecerá na sede da Igreja Luterana de Ribeirão Preto. 
O evento, aberto para o público em geral - crianças e adultos - acontecerá no dia 17 de outubro, domingo, a partir das 15h30min. 
Além de histórias bíblicas, o Dia terá muitas músicas e brincadeiras. 
No final, em torno das 17h, haverá um lanche com cachorro-quente, refrigerante e picolé. 
Os "vencedores" de diversas brincadeiras receberão "brindes".  A entrada é franca.
Nota: Neste dia não será realizado, na parte da manhã, o culto regular da Igreja.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Reflexão: Bendito voto


Muita gente não tem liberdade para escolher esposa, marido, profissão, lazer, amigos, religião, governo... Independentemente do fracasso no casamento, no trabalho, nas relações, na fé, na política, se existe a chance para julgar, opinar, expressar, fazer o que se quer e para onde se quer, então, viva o sucesso e viva o fracasso das escolhas de cada um. Que morra o autoritarismo para isto ou aquilo, porque a liberdade é o primordial e supremo desejo do ser humano, e quando lhe é negada, perde-se o sentido da vida.

Contudo, a liberdade tem preço. Ela vale o custo que carrega, mas impõe esforço. E por uma simples razão: ela termina onde começa a do próximo. O meu caminho acaba onde aparece uma rua preferencial – os direitos do outro. “Porque nenhum de nós vive para si mesmo” (Romanos 14.7). É perverso o pensamento pós-moderno, hedonista, que busca o intenso prazer pessoal sem valer-se das consequências. É antidemocrático. O “faça o que estiver no coração” é ditadura do egoísmo. É a tirania do incômodo barulho do vizinho, do lixo jogado na rua, da imprudência no trânsito, da desonestidade na política, da infidelidade dos cônjuges, das falcatruas nos negócios... É a prisão numa mina chilena.

A liberdade está nos genes humano. Está no coração de Deus. Uma autonomia humana até para o bem e para o mal (Gênesis 2.17). A escolha foi errada e deu no que deu, mas foi o primeiro voto da humanidade. Se não fosse a outra e única chance, a morte estaria eternamente ungida. Por isto a santa propaganda eleitoral: “Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1).
 
A respiração da democracia, que oferece “direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (5º artigo da Constituição), nas virtudes e nos defeitos, lembra os desafios de cada um nas pequenas e grandes decisões do dia-a-dia. E se o governo político existe com a permissão divina (Romanos 13.1), então o voto é uma bênção que merece raciocínio e discernimento. Bendito voto!

 
Marcos Schmidt
pastor luterano  

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Reflexão: A festa da democracia



         Na reta final nesta semana de eleições, muitos devem estar se perguntando: quem fará nosso país melhor? É a festa da democracia! Pode parecer estranho, mas a dona da festa será responsável: A Democracia (do grego: demos – povo; kratos – autoridade), coloca cada um dos eleitores como co-responsáveis. É o mesmo que dizer que cada cidadão é um político, mas por uma questão de ordem, cede seus “poderes” para um procurador comum.
         Assim, a festa da democracia faz uso da política, que não acontece apenas a cada 2 ou 4 anos. Ela rege nossas vidas diariamente (política, do grego: politeia – cidadania, relativo a polis, cidade), pois onde há necessidade de se tomar qualquer tipo de decisão, ali ela acontece. Isso faz de cada pessoa um político, na convivência em família – relação marido esposa, pais e filhos; no relacionamento com os vizinhos; na relação patrão e empregado; na escola, na rua, no shopping, na igreja. Direitos e deveres bem claros denotam bons políticos, denotam bons representantes, denotam paz social.
         Mas se partimos do senso comum de que todo político é corrupto ou ladrão, isso aponta para uma inversão de valores, afinal de nós decorre o direito de estarem lá, não como manipuladores do sistema, mas servidores. Engatinhamos neste quesito, pois nos faltam compreensão e objetivos. No papel de cidadão que recebeu autoridade, ofício ou delegação de poder, os interesses devem sempre estar voltados às necessidades daqueles que o colocaram como representantes, nunca pessoal, o dever é zelar para o bem comum. Por este motivo, deveríamos levar muito mais a sério este processo, jamais deveríamos ser coagidos, forçados, roubados deste direito. Jesus responsável pelo maior ofício fez uso correto de seus atributos como representante e substituto: “Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente” (Marcos 10.45).
Ter ou votar e eleger quem julgamos melhor nos representar, não nos isenta de nossas responsabilidades como cidadãos, bons exemplos continuam norteando a base da sociedade, daqueles que estão sob o mesmo teto! Ali se formam as bases sólidas para um país melhor! Ali na prática se ensina valores de direito e deveres, se vive a ética, a fé, o amor, o perdão e se luta contra todo tipo de maus desejos que brotam no coração e destroem toda uma sociedade. Ali se respeita a autoridade que deve trabalhar em comum acordo, ama-se os idosos, educa-se e ampara-se os filhos, todos deveriam se dar as mãos (primeiro para orar!).
A festa da democracia é coisa séria, participe, viva e a acompanhe sempre!

* *Márlon Hüther Antunes, Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lutero em áudio: Oração da Manhã e Oração da Noite

Após os áudios das 6 Partes Principais da Doutrina Cristã, dois exemplos de orações que você pode fazer ao levantar e ao deitar.  Sugeridas pelo mentor da Reforma Protestante, Martinho Lutero.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Reflexão: sobre pastores e lobos

No culto do dia 19 de setembro, a Igreja Luterana refletiu sobre a voz de Jesus, o Bom Pastor.  O texto abaixo leva à reflexão sobre a diferença entre pastores e lobos (ou bons e maus pastores).
Jesus adverte: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15)

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.
No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.
Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.