segunda-feira, 1 de março de 2010

Mensagem: Sonho de ficar rico



Um matemático disse o seguinte sobre a Mega Sena: “Pegue uma moeda e escolha cara ou coroa. Depois, jogue-a para o alto 25 vezes. A chance de ela cair as 25 vezes do mesmo lado é semelhante à de acertar neste jogo de loteria”. Cálculos precisos afirmam que a probabilidade de alguém acerta a Mega Sena é de um em 50 milhões. É mais fácil, portanto, encontrar uma panela com moedas de ouro cavando buracos nos fundos de casa. Evidentemente que sempre tem o cara de sorte, aquele um que ganha, e que desta vez foi em Novo Hamburgo, RS. Só que o “bolão deu bolo”, deu azar.
Não acredito em sorte nem em azar. E penso que este caso da aposta vencedora que não foi registrada pela lotérica, pode ajudar na reflexão sobre os efeitos da jogatina na vida de uma pessoa. Porque a frustração destes apostadores que viveram a riqueza por algumas horas – sentimento que deve estragar o humor deles por um bom tempo – serve de alerta para os milhões de apostadores que sonham, sonham e sonham, e nunca chegam lá. Alguém pode dizer que sonhar é preciso. Mas qual é o sentido da vida quando no final, tudo ficou apenas no sonho? Quando a realidade dos detalhes da vida, do dia a dia, foi desprezada e anulada? Pois este é o “azar” dos jogos de azar: eles matam as coisas boas do presente.
Seguidamente me perguntam: o que a igreja pensa sobre isto? Bem, depende da igreja, porque tem “casas de Deus” que são concorrentes com as casas lotéricas. Na verdade, dinheiro é assunto sério na Bíblia, pois foram trinta moedas de prata que levaram o Filho de Deus até à cruz. Por isto a recomendação: “Se temos comida e bebida, fiquemos contentes com isso. Porém, os que querem ficar ricos caem em pecado ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição” (1 Timóteo 6.8,9). Querer ficar rico não é nenhum pecado. O problema é o “como”, o “por que” e o “para que”.
E quando a propaganda do consumismo não nos permite ficar contentes com a comida e a bebida que temos, então não é nenhuma surpresa o crescimento da cobiça, dos roubos, da corrupção, da desonestidade – de tudo isto que vem acontecendo na sociedade, na política, nos negócios. E se a Bíblia diz que “sem dinheiro não se pode ter nem uma coisa nem outra”, por outro lado sugere: “Quem ama o dinheiro nunca ficará satisfeito; quem tem a ambição de ficar rico nunca terá o que quer. Isto também é ilusão” (Eclesiastes 10.19 e 5.10). Foi por isto que Jesus, ao falar das riquezas, recomendou: “Ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mateus 6.33). Ao menos, esta é uma aposta que está registrada e que todos ganham pela fé (não pela fezinha). É o que promete o texto cristão: “Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas?” (Romanos 8.32).

Marcos Schmidt
pastor luterano
fone 81621824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

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