Uma pesquisa na Inglaterra confirma o que já sei por mim: os homens dirigem cerca de 440 km a mais por ano que as mulheres porque não pedem informações. A pesquisa foi realizada com mil motoristas, e mostrou que 74% das mulheres param a fim de pedir informações, enquanto que 37% dos homens não. Preciso admitir que sou um desses que não se dobra quando está perdido. A minha mulher fica braba comigo. Só depois de alguns litros de combustível em vão é que obedeço aos insistentes pedidos dela.
Por que a gente é assim, tão teimoso? Acho que é por isso que tem mais mulher na igreja do que homem. Igreja é lugar onde a gente estaciona e pede ajuda. Para fazer isto, é preciso reconhecer que se meteu em lugar desconhecido, e sozinho não vai encontrar o caminho certo. Este foi o problema do rei Davi. Só depois de gastar todo o tanque, confessou: “Ó Senhor, eu já não sou orgulhoso (...) Não vou mais atrás de coisas grandes e extraordinárias, que estão fora do meu alcance” (Salmo 131). A triste história deste motorista na Bíblia nos serve de lição (2 Samuel 11 e 12). Por isso também as suas palavras no Salmo 32 (8,9): “O Senhor Deus me disse: Eu lhe ensinarei o caminho por onde você deve ir; eu vou guiá-lo e orientá-lo. Não seja uma pessoa sem juízo como o cavalo ou a mula, que precisam ser guiados com cabresto e rédeas para que obedeçam”.
Jesus insistiu muito com os arrogantes fariseus para que estacionassem o carro e pedissem orientação. A palavra “fariseu” vem do hebraico e significa “santo”, alguém separado dos outros. Eles se achavam os tais. Um dia Jesus lhes disse: “Ai de vocês, mestres da Lei! Pois guardam a chave que abre a porta da casa da Sabedoria. E nem vocês mesmos entram, nem deixam os outros entrarem” (Lucas 11.52). Hoje Jesus diria: Vocês têm a chave do carro, mas nem vocês nem os caroneiros chegam ao destino certo.
Tomé era homem e cabeça-dura, mesmo assim humilhou-se e perguntou: Como podemos saber o caminho? Jesus respondeu prontamente: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (João 14.6). E ele atendeu a sugestão!
Marcos Schmidt
pastor luterano
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