quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reflexão: Salário e Suor

Do “suor’ do teu rosto comerás o teu pão (Gn 3.17). Do trabalho provém o salário.

Foi uma semana de debates sobre o valor do salário mínimo. Sabemos que em nosso país há muitas relações injustas. A valorização e bondade para com o que trabalha é bem rara. Muitas vezes os que menos suam mais ganham.

Certa vez Jesus contou uma parábola onde entrou em discussão uma questão salarial, onde um senhor contratou mão de obra para realizar a sua colheita. Os contratados começariam às 6h da manhã e trabalhariam o dia inteiro. O salário combinado era 1 denário. Acontece que ao longo do dia o patrão continuou a contratar outras pessoas. Alguns começaram a trabalhar às 9h; outros às 12h, ainda outros às 15h e, por último, alguns começaram somente às 17h.

No final do dia foram acertar as contas. Cada trabalhador receberia seu salário. Jesus contou que o patrão pagou 1 denário para a turma que começou às 17h. O pessoal que começou cedo da manhã e “suou” o dia inteiro se alvoroçou pensando que receberiam bem mais que 1 denário. Porém, o patrão lhes pagou o mesmo valor. O alvoroço de alegria virou em revolta e logo uma pequena rebelião se instalou, pois se consideravam injustiçados. O patrão explicou perguntando: “Quanto que eu combinei que lhes pagaria? Por acaso não foi 1 denário que eu acabo de lhes pagar? Por que dizem que estou sendo injusto se estou pagando exatamente como combinei?!” (Mt 20)

A verdade é que o empregador da história bíblica é a figura do próprio Deus. Ele não estava sendo injusto. Simplesmente foi “bom” e “gracioso” para com alguns.

O salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 6.23). Por isso, diante de Deus é melhor clamar por bondade, misericórdia e graça, e não simplesmente por justiça.

Por uma questão de justiça todos morreremos, pois somos pecadores. Mas a bondade e a misericórdia de Deus o motivaram a enviar Jesus – que trabalhou e “suou” por nós, suou o próprio sangue (Lc 22.44). Assim ele pagou o preço para que tivéssemos o perdão, a vida e a salvação, mediante a fé.

Motivados por esse gracioso amor, ofereceremos nosso suor, na luta por justiça, tanto para com empregadores, como para com empregados.

16/02/2011

Pastor Ismar Pinz

Três Vendas – Pelotas, RS

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