terça-feira, 17 de maio de 2011

Reflexão: Oxi-dantes

*Márlon Hüther Antunes

A sensação surreal causada pelas drogas parece a cada dia tomar mais conta de nossa sociedade, demonstrando de forma devastadora como a mente pode ser oxidada, como uma fuga oferecida pelas esquinas e desertos da vida. Se a sensação é surreal, a guerra é real. A falsa euforia há muito não faz acepção de classe social, idade ou ocasião. É uma luta diária em muitos lares, conviver e tentar tratar os estragos causados pela dependência química. E se a bebida, maconha, cocaína, crack, remédio e outras drogas lícitas ou ilícitas já eram os grandes fantasmas, agora se revela um inimigo ainda pior: o Oxi!

Mais letal que o crack (segundo estimativas entre 600 mil a 1,2 milhões brasileiros já são vítimas); Com um poder de vício ainda maior; Uma composição ainda mais devastadora – pasta base de coca oxidada com querosene ou gasolina e cal – o oxi, mais acessível – cerca de ¼ do valor de uma Pedra de crack – é a nova e perigosa moda nas bocas de fumo. Pelo corpo vai destruindo órgãos, da boca aos rins, trazendo a morte rápida ao usuário e, cada vez mais perto de todos.

Mentes “oxidadas”, vidas “oxidadas” – um rastro de pavor e morte democratizada. A séculos o Apóstolo Paulo tratava do assunto que assim como o oxi, vicia, destrói e leva a morte: “todos pecaram” (Romanos 3.23), “porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). A droga do pecado não destrói só o corpo, mas a alma também – acabando com vidas, famílias, esperanças.

Se antes o oxi não era considerado o grande vilão das drogas, era porque dele não se tinha conhecimento ou não se dava atenção, pois era velho conhecido só nas periferias da região norte. Hoje os olhos se abrem para este inimigo. Admitir o inimigo é o primeiro passo para se buscar ajuda, cura ou salvação. Ações paliativas são apenas maneiras hipócritas de fechar os olhos para um problema e achar que tudo está bem, desde que as conseqüências não recaiam sobre mim, é o estrago da falsa euforia!

Assim, multidões andam com a mente oxi-dadas, pelo grande vilão, velho conhecido, devastador e viciante – para este “hábito” há uma única saída, um único antídoto, remédio e salvação. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Este é a solução para a droga do pecado. Este é a solução para a Salvação. Este é a solução para o perdão. Para os demais, “há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte” (Provérbios 14.12).

*É Teólogo e Pastor da Igreja Luterana em Maceió

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