O terrorista norueguês conclamou Deus em seu diário para “garantir a vitória dos guerreiros pela preservação da cristandade européia”. Breivik é considerado um “cristão fundamentalista”. Fez o que fez no mesmo propósito de Bin Laden nas Torres Gêmeas, com única diferença de trincheira. E nestas horas, tanto faz o extremo do fanatismo. Se direita ou esquerda, ocidente ou oriente, religioso ou ateu, heterossexual ou homossexual, burguês ou proletariado, motorista ou ciclista... Nada importa quando o ódio está no coração.
Uma aversão raivosa que brota de todos os lados. Se surge de um “cristão ultradireitista”, vem também contra o próprio cristianismo. Estima-se que 200 milhões de cristãos vivem hoje sob alguma hostilidade religiosa, sobretudo nos países muçulmanos – dentre os quais, 125 mil são assassinados anualmente. Será a profecia de Jesus? De que serão presos, maltratados e mortos? De que a maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará? Creio que sim, e por isto, posso ser chamado de “cristão fundamentalista”. Sim, porque me embaso na Bíblia e acredito nas promessas de Jesus. E os dicionários dizem que isto é fundamentalismo. Vejam o perigo dos conceitos? Igual a este, de afirmar que o atentado na Noruega é por culpa da religião. Ou, que todo o muçulmano é terrorista, que qualquer ateu é mau caráter. Não foi por nada o recado de Jesus aos judeus radicais: “Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus”.
Neste documento na internet, Breivik até critica o Brasil por sua mistura das raças, um “perigo à Europa”. Intolerância antiga, combatida pelo apóstolo Paulo em suas cartas bíblicas. Por isto as palavras: “Foi Cristo quem nos trouxe a paz, tornando os judeus e os não judeus um só povo. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele derrubou o muro de inimizade que separava” (Efésios 2.14). Sem dúvida, outro atentado terrorista quando Breivik é chamado de “cristão”. Mas, isto também é profecia de Jesus.
Marcos Schmidt
pastor luterano
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