O colete do cinegrafista, morto durante uma operação policial contra traficantes no Rio de Janeiro, não era à prova de balas de fuzil. E agora o tiro que atravessou o colete vem acertando em cheio algumas contradições quanto à segurança dos agentes de notícia nestas coberturas de alto risco. Segundo informações, o colete balístico do repórter era do tipo impróprio para a proteção contra fuzis usados em confrontos com os bandidos, além de estar com sinais de desgaste pelo tempo de uso. Por isto a acusação do advogado da família da vítima, que o "cinegrafista foi mandado para a morte".
O tiro acerta em cheio também no assunto da epístola bíblica para este próximo Domingo, conforme a liturgia cristã. Ao recomendar a prontidão na batalha espiritual, Paulo diz que “devemos usar a fé e o amor como couraça e a nossa esperança de salvação como capacete” (1 Tessalonicenses 5.8). Surge então a pergunta: o colete espiritual que uso é à prova de balas? Ou nem tenho este tipo de proteção? Em outra carta o apóstolo já lembrava: “Vistam-se com a couraça da justiça (...) recebam a salvação como capacete” (Efésios 6.14-17). Ele sublinha que este colete é um presente dado por Deus, é de graça (2.8). Aos gálatas, Paulo explica a funcionalidade deste colete: “Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos vocês (...) se revestiram com as qualidades do próprio Cristo (Gálatas 3.26,27). Ou seja, Cristo é a proteção. Por isto a conclusão: “Estamos em perigo de morte o dia inteiro (...) mas em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus” (Romanos 8.36,39).
“Estar com aquele colete ou de camiseta era a mesma coisa”, reclamou o advogado da família, que acusa o descaso pela vida da vítima. Bem diferente daquilo que diz Davi na esfera espiritual: “Deus faz tudo perfeito e cumpre o que promete. Ele é como um escudo para os que procuram a sua proteção” (Salmo 18.30).
Marcos Schmidt
pastor luterano
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