O culto divino é a adoração viva e visível do povo de Deus. Nele o corpo inteiro se manifesta através de gestos e voz. Sem eles nossa adoração não teria vida nem alegria. O que significam os gestos que usamos no culto? Segue uma pequena contribuição.
Inclinação: A inclinação da cabeça é sinal de respeito e reverência de quem se aproxima do lugar mais sagrado, o altar e o santuário. É um ato de aquietar-se, para ouvir Deus falar. A inclinação também é indicada para as orações, para receber a Santa Ceia e para receber a bênção final.
O sinal da cruz: No culto vemos o pastor fazendo o sinal da cruz sobre os elementos da Santa Ceia e também na bênção final. Mas em meios luteranos, fazer o sinal da cruz sobre si mesmo é pouco usado. Mas não é errado usa-lo. Pelo contrário, pode ser uma bela forma de demonstrar a nossa fé na Santíssima Trindade. O sinal da cruz é de origem apostólica e era aplicado no Batismo, na Santa Ceia e na vida diária do cristão. Além disso, Lutero recomenda faze-lo no início de nossas orações diárias. E como se faz o sinal da cruz? Quando é o ministro fazendo sobre a congregação o traço é de cima para baixo e da esquerda para a direita. Quando é cada fazendo um sobre si mesmo é da testa ao peito, depois do lado direito para o esquerdo.
O levantar-se: O estar em pé expressa respeito e honra a Deus, que se faz presente entre nós por meio de Palavra e Sacramentos. Expressa também prontidão para ouvir a Deus e disposição para obedecê-lo. É a posição própria para ouvir o evangelho e para orar. Quando o pastor se coloca diante do altar para iniciar o culto a congregação pode se colocar de pé, para mostrar respeito e dignidade ao culto que vai começar.
Do assentar-se: É a posição de ensino, que expressa acolhimento e meditação. Sentamos para ouvir a pregação, para acolhê-la no coração.
Do juntar as mãos: É um gesto de recolhimento, reverência, confiança e entrega da vida. Ele é próprio para as orações, pois ajuda na concentração e lembra o desprendimento das coisas do mundo. Mas não é a única forma de oração.
Mãos erguidas: A Bíblia menciona este gesto como forma de súplica e entrega a Deus (Sl 141.2, Sl 143.6; 1 Tm 2,8). Ele expressa nosso agradecimento a Deus e o reconhecimento de que as bênçãos vem do alto, ou seja de Deus. É um gesto apropriado para as orações. E o fato de o Pai-Nosso ter uma forte ênfase nas petições, uma boa sugestão é orá-lo de mãos erguidas.
Da imposição das mãos: É usado no batismo, confirmação, casamento, instalação e ordenação de ministros, bem na bênção final do culto. É sinal de bênção e transmissão do dom do Espírito Santo. Jesus impôs sua mão sobre as pessoas para abençoá-las e curá-las.
Genuflexão: É o ato de curvar ligeiramente os joelhos. É um gesto de reverência recomendado quando nos aproximamos do altar, para o Batismo e para a Santa Ceia.
O silêncio: O silêncio é uma bela forma de demonstração de respeito. Ele ajuda na concentração e é próprio para a meditação. É fundamental que, para iniciar o culto, haja um momento de silêncio. O andar do culto pode ter pequenos momentos de silêncio, como por exemplo depois das leituras para meditar no que o Senhor disse. Outro momento de silêncio pode ser durante a distribuição da Santa Ceia, quando, por exemplo, não há acompanhamento musical para a congregação cantar um hino.
Do ajoelhar-se: É Um gesto que expressa humildade, arrependimento, respeito, adoração, entrega e consagração. Pela dificuldade que se tem em fazer toda a congregação se ajoelhar, é pouco usado. É recomendado para a confissão de pecados, para as cerimônias de ordenação e instalação de pastores, para bênçãos e votos especiais como casamento e confirmação. Em algumas congregações se recebe a Santa Ceia de joelhos. É recomendada também para as orações individuais.
É fundamental que estes ou outros gestos estejam permeados pela reverência e respeito ao culto divino e a casa de Deus.
Pastor David Karnopp
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