UMA ÓTIMA REFLEXÃO PARA A IGREJA CRISTÃ.
Por André de Oliveira
Somos seres sociais, necessitamos do convívio em grupo. A formação de um
grupo se dá pelas afinidades, gostos, idade, condições socioeconômicas,
enfim, pelo compartilhamento de algo em comum. Na igreja, como um
agrupamento de pessoas, nada mais normal que haja grupos, mas o problema
está quando grupos demasiadamente fechados. Os Grupos não abrem espaço
aos novos, o que me faz remeter ao autor Norbert Elias, em seu livro "Os
estabelecidos e os Outsiders" que mostra claramente essa problemática,
em seu livro uma comunidade de estabelecidos (moradores há gerações na
localidade) estigmatizam um grupo de Outsiders (recentes moradores).
Elias concentra esforços em compreender a psicologia desses atores
sociais. Pois bem, abrindo mão do sociólogo e rumando para nosso maior
referencial, Jesus Cristo, que resumiu todos os mandamentos em um só
"Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós
uns aos outros vos ameis.” (Jo 13:34). Nesse versículo, Jesus deixa
claro a importância do amor, tarefa difícil, mas fundamental na
peregrinação do cristão, buscar a cada dia um amor sublime por seus
semelhantes, da mesma forma entre irmãos, na igreja, onde devemos ser um
só corpo, unidos, amando nosso irmão, como Cristo nos amou. Como
cristãos devemos fugir dos grupos fechados, não criar barreiras aos
novos, pelo contrário, acolher os novos irmãos, para que não sejam
acolhidos pelo mundo, na igreja, embora todos tenham suas
particularidades e diferenças, devemos pensar como uma unidade, como
Paulo exorta aos Gálatas: "Não pode haver judeu nem grego; escravo nem
liberto; nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus”
(Gal 3:28). Quão doloroso é vermos jovens cristãos fracos, sem vontade
alguma de congregar, porque são rejeitados pelos grupos fechados. Também
acerca das consequências dos grupos fechados, está a condenação das
pessoas não cristãs, quantos que vão visitar uma nova igreja e não são
bem recebidos, entristecem e nunca mais retornam? Tamanha é a
responsabilidade de criar na igreja um ambiente afetuoso, receptivo e
que sobre amor. Que não haja divisões dentro de nossas igrejas como
houve na Igreja de Corinto, aos quais Paulo exorta: "Irmãos, em nome de
nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os
outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que
todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer." (1 Cor 1:10),
mais adiante (1 Cor 3:1-3), Paulo refere-se aos Coríntios como carnais e
crianças espiritualmente. Não sou utópico em pensar que abriremos mãos
de nossos gostos, particularidades e teremos uma afinidade da mesma
forma com todos à nossa volta, até mesmo os apóstolos Pedro, Tiago e
João, possuíam afinidades entre si, os três eram pescadores, cresceram
no mesmo meio social, tinham a mesma linguagem, cultura, mas isso não os
deu direito de excluírem os demais apóstolos, Jesus tinha uma relação
igual com todos, mesmo cada um possuindo uma identidade distinta Por
fim, pensemos, será que Jesus aprovaria a divisão da igreja em pequenos
grupos que segrega, exclui e menospreza àqueles que não são aceitos?
Devemos fazer parte de uma igreja, ter comunhão entre os irmãos, não só
porque é uma exigência das Escrituras, mas porque lá louvaremos a Deus, e
isso é o mais importante de tudo, mas quão bom é uma igreja que nos faz
sentir felizes e amados... Em relação aos "rejeitados" pelos grupos
fechados, buscai conforto em Cristo, que com certeza os aliviará, não
olhemos para o que já foi, mas prossigamos para o alvo, mantendo-nos
firmes até o dia em que dormiremos e ouviremos o soar da trombeta, e
viveremos com Cristo eternamente em seu Reino de Glória.
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