terça-feira, 12 de abril de 2011

Reflexão: Deus contra a parede

“Como pode Deus permitir isso?” Uma pergunta que faz sentido quando se crê que tudo está sob o comando divino. Mas extremamente difícil de entender se o amor de Deus também é objeto de fé. Tragédias como esta em Realengo, junto com os dramas globais e diários destacados nos jornais, além dos próprios sofrimentos, provocam divórcio entre o amor e o poder do alto. Processo que se transforma em conflito espiritual na vida de qualquer criatura com alma e corpo. E que, se não for devidamente tratado, fabrica uma mente doentia – que num desatino, invoca Deus para puxar o gatilho e matar.

Se a desculpa é o bullying,  vale lembrar que ninguém escapa de humilhações na escola da vida. Sistematicamente somos agredidos, intimidados, perseguidos, por problemas, doenças, luto, dor, tragédias, sofrimento. O desafio é não revidar, nem contra Deus, nem contra o próximo.

No entanto, não consigo imaginar um pai, uma mãe que perde a filha com um tiro na cabeça, conformar-se. Nem as melhores amigas de Jesus aceitaram: “Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido” (João 11.21). Nem Jesus, na extrema agonia da cruz, ficou calado: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”. Calar-se é não questionar. E quando não há perguntas, não há respostas. A indignação é a primeira atitude na luta da fé.

E assim,  neste “Como pode Deus permitir isso?” surgem algumas certezas, a partir das Sagradas Escrituras. Que nosso entendimento do divino é limitado: “Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos?” (Romanos 11.34). Que desabafar é melhor do que reprimir o sofrimento. Exemplos bíblicos não faltam – Jeremias e Jó, por exemplo. Outro resultado é a mundana idéia de justiça. Paulo já disse que a cruz é loucura para os que estão se perdendo (1 Coríntios 1.18).  Mas, o maior resultado neste “Deus contra a parede” é que “os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. E essa esperança não nos deixa decepcionados” (Romanos 5.3-5). Então, contra a parede, Deus nos abre uma porta, Jesus.

Marcos Schmidt

pastor luterano   

terça-feira, 5 de abril de 2011

Reflexão: Coragem para morrer

 

“Eu não tenho medo da morte, tenho medo da desonra”, disse José Alencar. A morte desse homem mexeu com muita gente que não tem honra para viver e nem coragem para morrer. Ele sabia viver e por isso, soube morrer. E fez o Brasil todo praticar as palavras bíblicas: “É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer” (Eclesiastes 7. 2). No dia do falecimento de Alencar, fui ao velório de um homem jovem, com uma história muito parecida na doença. Martim Heimann, diretor de um colégio em São Leopoldo, deixou esposa, três filhos, e uma marca – também não tinha medo da implacável inimiga. Nas difíceis palavras de despedida, o pai dele, professor de teologia, disse algo que é tudo o que uma pessoa precisa fazer depois da morte: “Tenho certeza que a primeira pessoa que o meu filho abraçou no céu foi o Senhor Jesus”. Sem dúvida, quem não pode abraçar Jesus, tem pavor da morte.

Li que a investigação dos destroços do Airbus localizados no fundo do mar poderá desvendar as causas do acidente em 2009 e ajudar na segurança do transporte aéreo. É preciso resgatar os restos do avião, a fim de que a morte das 228 pessoas não seja em vão. Na história da humanidade, acontece algo parecido. É necessário que se mergulhe até o fundo do poço, se localize os pedaços da pior tragédia, e numa investigação pessoal, se descubra os motivos deste primeiro acidente, a fim de que haja plena tranquilidade na viagem para o céu. Sem esta descoberta, o ser humano vive e morre inseguro.

Felizmente isto foi elucidado e está nas páginas da Bíblia. “O que dá à morte poder de ferir é o pecado”, conclui, mas Deus “nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.56,57). Através das páginas deste livro, o Alencar e o Martim amaram a Sabedoria, e ela os abraçou e os tornou importantes e honrados  (Provérbios 4.8). A Sabedoria é aquele que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá” (João 11.25). 

Marcos Schmidt

pastor luterano   

domingo, 27 de março de 2011

Igreja Luterana de Ribeirão lança projeto de leitura

A Igreja Luterana de Ribeirão Preto, SP, lançou oficialmente hoje, 27 de março, o Projeto LER É BOM+.  O projeto iniciou disponbilizando cerca de 3 dezenas de títulos em diversas áreas do saber.
Trata-se de uma "biblioteca comunitária".  Os membros poderão emprestar os títulos disponíveis durante 2 semanas (o empréstimo pode ser renovado).  O máximo de títulos permitidos por empréstimo é 3.
Em sua grande maioria, os livros são de propriedade da Igreja ou de doações.  Todos são usados e em boas condições de uso.  O registro de retirada e devolução é feito pelo próprio membro da Igreja.
O projeto prevê, no futuro, a oportunidade de empréstimo para pessoas que residem na vizinhança da Igreja.  Neste caso, terá um foco missionário (contatos pessoais, entrega de folhetos, etc.)
Também deverão ser disponibilizados alguns Cds e Dvds.

Nota: Doações são bem-vindas. Entre em contato com a Igreja pelo mail igrejaluteranarp@gmail.com ou pelo telefone 3639-2407.

terça-feira, 15 de março de 2011

Reflexão: Ondas de imagem

Se uma imagem vale por mil palavras, então qualquer coisa que a gente escreve sobre esta tragédia nipônica corre o risco de sucumbir. Sempre carregando as sofisticadas câmeras, os japoneses estão revelando ao mundo cenas impressionantes. O sentimento global é de perplexidade. Será o cumprimento da profecia de Jesus? Que “todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas” (Lucas 21.25)? Porque “todas as nações”? Qual a razão dos moradores que vivem nos lugares mais altos, ou no outro lado do planeta, estarem apavorados? Creio que a resposta está nesta grandiosa onda que invade o mundo  – as chocantes imagens vindas do país da Kodak, da Sony, da Panasonic, da Nikon...

Tsunamis são antigos. Há três mil anos o rei Davi já dizia: “Assim, quando as grandes ondas de sofrimento vierem, não chegarão até eles” (Salmo 32.6). Davi comparou este desastre natural com a desolação espiritual que invade a vida daqueles que não têm um “esconderijo que livra da aflição” (v.7). Ele viveu às margens do Mar Mediterrâneo, e deve ter presenciado ou sabia algo a respeito. Segundo registros arqueológicos, foi neste período bíblico que ocorreu um dos maiores maremotos que aniquilou a ilha de Creta, próximo às terras litorâneas de Israel.

O fato novo, por isto, são as impactantes imagens que transportam a humanidade para o Japão, e faz com que “todas as nações estejam desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas”. No entanto, se a imagem tem poder, vem à lembrança a foto daquela criança de quatro meses, encontrada viva entre os escombros do tsunami, e que se tornou símbolo de esperança no Japão. Algo que remete à imagem da criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. “Não tenham medo”, disse o anjo aos pastores de Belém, porque este menino vai salvar vocês. Já crescido, ele acalmou o mar, e todos ficaram admirados: “Que homem é este que manda até no vento e nas ondas?” (Mateus 8.27). É dele que Davi se refere ao confessar “Tu és o meu refúgio” quando surgem as grandes ondas.

Marcos Schmidt

pastor luterano   

marsch@terra.com.br

sábado, 12 de março de 2011

Conselho realiza reunião em RP

dbO Conselho do Distrito Bandeirante, do qual a Igreja Luterana de Ribeirão Preto faz parte, realizou no dia 12 a sua primeira reunião do ano. Cerca de 30 pastores e líderes e diversas igrejas locais discutiram questões administrativas e refletiram sobre a missão de Deus e a responsabilidade de cada cristão.
As reuniões do Conselho Distrital, que acontecem três vezes ao ano, servem para determinar o rumo dos trabalhos em conjunto das congregações abrangidas pela região (que, para fins de visualização, abrange as igrejas locais de Ribeirão até Campinas e até Ourinhos, SP). 
Mais informações no blogue do Conselho: http://conselhodb.blogspot.com

quarta-feira, 9 de março de 2011

RP sedia reunião do Conselho Distrital

A Igreja Luterana de Ribeirão Preto, Congregação Cristo Para Todos, sedia neste sábado, 12 de março, a partir das 9h, a primeira reunião do ano do Conselho Distrital do Distrito Bandeirante.  O encontro reune pastores e líderes de uma microregião da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (Ielb), que engloba núcleos de igrejas locais de Ribeirão a Campinas e Ourinhos, SP.  O Conselho coordena as atividades distritais em diversas frentes e se reúne três vezes ao ano.  O encontro está programado até às 16h deste sábado.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vice-presidente da Ielb visita Ribeirão Preto

O pastor Geraldo W. Schuler, segundo vice-presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (Ielb), visitou a Igreja Luterana de Ribeirão Preto nos dias 25 a 27 de fevereiro. 
O pastor esteve reunido com a liderança da Igreja para conhecer o andamento dos trabalhos e trazer informações sobre o trabalho missionário da Ielb no Brasil. 
O pastor também participou do culto regular no domingo, 27, durante o qual trouxe uma mensagem para os membros da Igreja.  Em sua mensagem, Geraldo enfatizou a importância dos cristãos confiarem no cuidado de Deus, que zela pelos seus filhos.
Diversos irmãos da Igreja Luterana de Ribeirão também estiveram presentes em um almoço de confraternização com o pastor Geraldo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Novo ano...

A partir do mês de fevereiro iniciou-se uma nova "jornada" no trabalho da Igreja Luterana de Ribeirão Preto.  Verifique algumas ações previstas:
> Dois horários de escola bíblica infantil durante os cultos - para crianças maiores e menores de 3/4 anos.  Cada horário usará um certo tempo do culto regular, permitindo que a professora participe com as crianças em ao menos parte do culto.
> Estudos bíblicos: nas residências e aberto para vizinhos, luteranos ou não.  Primeiro tema: VOCÊ E SUA CONGREGAÇÃO (IGREJA)
> Construção de mais um banheiro - mesmo que de forma parcial. Data-limite do projeto: junho. Colocação do forro (até o final de 2011). Aquisição de ventiladores (março 2011).
> Início efetivo de uma turma de catequese, já em andamento.
> Melhorias na sinalização frontal do templo.
> Encontro mensais de casais (e famílias).
> Abertura de nova turma de "Instrução de Adultos" que desejam conhecer a Igreja Luterana.
> Investimento na área de música, incluindo canto e litúrgica.
> Novas ações de evangelismo (programações especiais, entrega de folhetos, etc.)
> E mais...
PARTICIPE DESTE PROJETO DE FÉ E TESTEMUNHO LUTERANO EM RIBEIRÃO PRETO!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reflexão: Salário e Suor

Do “suor’ do teu rosto comerás o teu pão (Gn 3.17). Do trabalho provém o salário.

Foi uma semana de debates sobre o valor do salário mínimo. Sabemos que em nosso país há muitas relações injustas. A valorização e bondade para com o que trabalha é bem rara. Muitas vezes os que menos suam mais ganham.

Certa vez Jesus contou uma parábola onde entrou em discussão uma questão salarial, onde um senhor contratou mão de obra para realizar a sua colheita. Os contratados começariam às 6h da manhã e trabalhariam o dia inteiro. O salário combinado era 1 denário. Acontece que ao longo do dia o patrão continuou a contratar outras pessoas. Alguns começaram a trabalhar às 9h; outros às 12h, ainda outros às 15h e, por último, alguns começaram somente às 17h.

No final do dia foram acertar as contas. Cada trabalhador receberia seu salário. Jesus contou que o patrão pagou 1 denário para a turma que começou às 17h. O pessoal que começou cedo da manhã e “suou” o dia inteiro se alvoroçou pensando que receberiam bem mais que 1 denário. Porém, o patrão lhes pagou o mesmo valor. O alvoroço de alegria virou em revolta e logo uma pequena rebelião se instalou, pois se consideravam injustiçados. O patrão explicou perguntando: “Quanto que eu combinei que lhes pagaria? Por acaso não foi 1 denário que eu acabo de lhes pagar? Por que dizem que estou sendo injusto se estou pagando exatamente como combinei?!” (Mt 20)

A verdade é que o empregador da história bíblica é a figura do próprio Deus. Ele não estava sendo injusto. Simplesmente foi “bom” e “gracioso” para com alguns.

O salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 6.23). Por isso, diante de Deus é melhor clamar por bondade, misericórdia e graça, e não simplesmente por justiça.

Por uma questão de justiça todos morreremos, pois somos pecadores. Mas a bondade e a misericórdia de Deus o motivaram a enviar Jesus – que trabalhou e “suou” por nós, suou o próprio sangue (Lc 22.44). Assim ele pagou o preço para que tivéssemos o perdão, a vida e a salvação, mediante a fé.

Motivados por esse gracioso amor, ofereceremos nosso suor, na luta por justiça, tanto para com empregadores, como para com empregados.

16/02/2011

Pastor Ismar Pinz

Três Vendas – Pelotas, RS

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reflexão: Auto-ajuda ou ajuda de Deus?

Os livros mais famosos são os de auto-ajuda. Mas os que menos ajudam, ou ajudam até ali. “Acredite em suas capacidades, você pode, tudo depende da sua força de vontade”. Isto seria verdade se os desafios fossem apenas a superação de problemas físicos, emocionais, materiais. Sabe-se que a pessoa otimista enfrenta as batalhas da vida com maior sucesso. Exemplos estão aí na biografia de muita gente. Mas a vida humana não se resume só em músculos, cérebro, hormônios, coração.

Existe a crença de que a vida é obra do acaso. Que tudo apareceu através de uma explosão cósmica que cabia na palma da mão, e que, em frações de segundos expandiu-se, surgindo tempo, matéria e o Universo com bilhões de galáxias, cada galáxia com bilhões de estrelas. E depois veio a evolução, a vida no planeta Terra e o próprio ser humano. Segundo a ciência, tudo isto um dia vai voltar para o que era antes, isto é, para o nada. Surge, então, uma pergunta que o cachorro nem o macaco fazem: Qual o sentido da minha vida neste infinito e finito Universo?

No livro Uma Vida com Propósitos, Rick Warren lembra que “se concentrarmo-nos em nós mesmos, jamais desvendará o propósito de nossa vida”. Confirma isto por aquilo que disse um famoso cientista ateu: “A menos que se admita a existência de Deus, a questão que se refere ao propósito para a vida não tem sentido”. Warren sugere que há propósitos de vida dirigidos por sentimentos de culpa, ou pelo rancor e pela raiva, pelo medo, pelo materialismo, ou pela necessidade de aprovação. Ressalva, no entanto, que fomos feitos por Deus e para Deus – e, enquanto não compreendermos isso, a vida jamais terá sentido.

A experiência no aconselhamento tem me mostrado que as pessoas sossegadas, felizes e tranquilas são aquelas que vivem o real sentido da sua existência. Aquelas que receberam ajuda pelo Livro dos livros, onde diz que Deus criou tudo o que se vê e o que não se vê, e que através de Cristo resolveu trazer de volta para si todo o Universo (Colossenses 1.20). Ter esta fé faz a diferença num mundo cada vez mais sem sentido.

Marcos Schmidt

pastor luterano

marsch@terra.com.br