Alguém
pagaria R$ 2 milhões e 500 mil por um imóvel que vale 100 mil? O Brasil
- na diferença que as cifras são bilhões - ao adquirir uma refinaria de
petróleo nos Estados Unidos. Incompetência, distração, desonestidade?
Não passa um dia sem alguma notícia de má gestão, prejuízos, fraudes e
desvios na administração pública. O IPE, Instituto de Previdência do
Estado, é outro caso de negócio mal feito que caminha para a falência
com um milhão de assegurados. Mas a Copa do Mundo poderá ser o grandioso
espetáculo de gastança do dinheiro público. Estima-se que o custo para o
Brasil promover este evento da Fifa será em torno de R$ 33 bilhões (85%
dos cofres públicos) quando o valor previsto era de uns R$ 3 bilhões.
Não é por nada que as nossas contas rebaixaram a nota de crédito
internacional, dificultando o investimento estrangeiro.
"Se
um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto
vai custar, para ver se o dinheiro dá". Isto foi dito por Jesus como
exemplo dos custos na gestão pessoal da fé cristã. "Se não fizer isso",
segue a parábola, "ele consegue colocar os alicerces, mas não pode
terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar
dele..." (Lucas 14.28-30). As leis de economia não mudaram, e hoje
Jesus diria que um seguidor dele não pode imitar os administradores
públicos que dão prejuízo e envergonham o Brasil lá fora. "Não pode ser
meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer",
explica o Senhor às multidões que se espremiam atrás de vantagens, sem
colocar na balança o peso da cruz. Pedro fez uma minuciosa planilha de
custos ao lembrar tais palavras de Jesus, e completou: "Sejam bons
administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um
use o seu próprio dom para o bem dos outros" (1 Pedro 4.10). Parece que a
velha lição, de colocar tudo na ponta do lápis, é um aprendizado que
precisa bem mais que uma simples calculadora.
Marcos Schmidt
pastor luteranomarsch@terra.com.br
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