quarta-feira, 7 de maio de 2014

COLO, VOZ E CHEIRO DE DEUS

 
  Como será que é o colo de Deus? Como será que é o cheiro de Deus? Como será que é o tom de voz de Deus, numa conversa amorosa com seus filhos?

    Sinceramente, impossível de responder. A imaginação pode ir longe, muito longe. Qualquer resposta seria pequena diante do que só vamos ouvir, ver e sentir no céu.

    Enquanto este dia não chegar, Deus faz seus filhos experimentarem um leve sabor do que será seu próprio colo, sua própria voz, seu próprio cheiro. Ele escolheu vidas especiais para esta nobre tarefa.

Mulheres que abrem mão da sua vida, do seu tempo, dos seus cuidados. Mulheres que deixam de pensar em si mesmas para simplesmente amar. Mulheres que esquecem a fome, o frio e o sono para simplesmente cuidar. Mulheres que são chamadas na hora do medo, da fome, da alegria, da dor, do choro, do pesadelo. Mulheres que são chamadas não pelo nome, mas por um conjunto de letras carregado de amor e cuidado: “mamãe”.

    Quando o nome da mulher é deixado de lado para
ser substituído por “mamãe”, aí está Deus fazendo seus filhos experimentarem um pedacinho do céu. Maria, Iracema, Márcia, Eliane. O nome não interessa mais. “Mamãe” é quando a mulher assume uma tarefa celestial. Afinal, colo de Deus deve ser bem parecido com o colo de mãe dado ao filho que chora. A voz de Deus deve ser bem parecida com a doce voz da mãe que canta para seu bebezinho dormir. O cheiro de Deus deve ser bem parecido com aquele cheiro de mãe tão típico quando ela carrega seus filhos no colo.

    Então fica a dica: mamães são o colo, a voz e o cheiro de Deus aqui neste mundo. Feliz é a mulher que faz seus filhos experimentarem um pedacinho do céu. Não apenas com o colo, mas com o exemplo de mãe cristã, consagrada e dedicada a Deus. “A mulher será salva tendo filhos se ela, com pureza, continuar na fé, no amor e na dedicação a Deus” (1 Timóteo 2.15). 

    Venha louvar a Deus por tudo isto nos cultos deste final de semana na Igreja Luterana de Ribeirão Preto domingo às 9h. Desde já, feliz Dia das Mães!
Pastor Bruno A. Krüger Serves
pastorbrunoserves@gmail.com
Adaptação: Pr. Fernando Eler
fernandoeler@gmail.com
 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O preço da liberdade

     Pesquisa recente mostra que a maioria dos brasileiros acredita que hoje tem mais corrupção do que no tempo do regime militar, mesmo assim não deseja a volta da ditadura. Até porque é mais fácil manter a ordem civil por um "AI 5" – ato constitucional que deu plenos poderes ditatoriais ao governo – no lugar do governo democrático. Alguns até pensam que "bom era naquele tempo" quando não havia tanta corrupção e impunidade. 
     Lembro, no entanto, que o meu tio, pastor, foi intimado pelos militares porque reclamou dos buracos nas ruas da sua cidade. Se hoje nossas reclamações não são atendidas pelos governantes e se há decepção com a política, é preciso recusar os atalhos e seguir o caminho da ordem democrática.

    Algo parecido acontece na vida cristã quando Paulo escreve que "Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres" (Gálatas 5.1). Havia um perigo iminente que o apóstolo chama de “outro evangelho”, uma ditadura religiosa na igreja da Galácia com certas regras para alguém ser um “bom” cristão.  Paulo sabia o que era viver sob a tortura da lei no tempo do seu radicalismo farisaico. Ele foi o próprio carrasco: “Era tão fanático que persegui a igreja” (Filipenses 3.6). Por isto as palavras: “Continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1) ao tratar da fé em Jesus que faz a pessoa experimentar a alegria da liberdade nos direitos e deveres do amor ao próximo.

     É claro, política e religião são pratos que não se misturam, e por isto tanta indigestão. No caso da religião que se fundamenta na liberdade cristã, tão defendida pelo apóstolo Paulo, ela tem muito a oferecer para uma nação que busca a ordem civil, as boas relações, a estrutura familiar, o trabalho, a honestidade, o respeito às autoridades – estas coisas básicas da vida humana. Foi o mesmo Paulo quem disse depois de recomendar a ordem política: “Quando as autoridades cumprem os seus deveres, elas estão a serviço de Deus” (Romanos 13.6).
                                                                                                                                        
Marcos Schmidt
pastor luterano
marsch@terra.com.br
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

terça-feira, 1 de abril de 2014

Dia da Mentira e a Verdade Divina


      Primeiro de abril é conhecido como “Dia da Mentira.” Às vezes elas são pequenas, aparentemente inofensivas, noutras elas são grandes e parecem destruidoras, a mentira é algo bem presente na vida dos seres humanos. Já dizia o apóstolo Paulo: “Todos mentem e enganam sem parar.” (Rm 3.13)

     Dizem que a mentira tem perna curta, porém algumas andam distâncias incríveis. Diz Provérbios 12.19: “A mentira tem vida curta, mas a verdade vive para sempre.” 
     Ao compararmos a mentira com a verdade eterna de Deus, aí sim podemos dizer que mentira tem vida curta, logo se acaba. Por isso devemos preferir as verdades eternas de Deus. Mas também sabemos que as mentiras voam com o vento e podem destruir a vida de alguém, como também diz Provérbios 25.18: “A pessoa que diz mentiras é tão perigosa quanto uma espada, um porrete ou uma flecha afiada.”
     Jesus disse: “Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras.” (Jo 8.44) O diabo gosta de mentiras e tem bolado mentiras bem fundamentadas e que parecem ser a verdade. Cuidado, ele engana a muitos! 
     Mas, por sua graça, Deus nos deixou a Palavra da verdade que revela e condena a mentira e o erro. Diante dela, nós também somos condenados por nossas mentiras e nossos pecados. 
    Porém, ela aponta a uma verdade que salva e perdoa. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.” (Jo 14.6) “Portanto, abandonem tudo o que é mau, toda mentira, fingimento, inveja e críticas injustas.” (1 Pedro 2:1) Amém.
 
Pr.Ismael Verdin
Porto Ferreira (SP)

terça-feira, 25 de março de 2014

Além da Calculadora!!!!


     Alguém pagaria R$ 2 milhões e 500 mil por um imóvel que vale 100 mil? O Brasil - na diferença que as cifras são bilhões - ao adquirir uma refinaria de petróleo nos Estados Unidos. Incompetência, distração, desonestidade? Não passa um dia sem alguma notícia de má gestão, prejuízos, fraudes e desvios na administração pública. O IPE, Instituto de Previdência do Estado, é outro caso de negócio mal feito que caminha para a falência com um milhão de assegurados. Mas a Copa do Mundo poderá ser o grandioso espetáculo de gastança do dinheiro público. Estima-se que o custo para o Brasil promover este evento da Fifa será em torno de R$ 33 bilhões (85% dos cofres públicos) quando o valor previsto era de uns R$ 3 bilhões. Não é por nada que as nossas contas rebaixaram a nota de crédito internacional, dificultando o investimento estrangeiro.

     "Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá". Isto foi dito por Jesus como exemplo dos custos na gestão pessoal da fé cristã. "Se não fizer isso", segue a parábola, "ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele..." (Lucas 14.28-30).  As leis de economia não mudaram, e hoje Jesus diria que um seguidor dele não pode imitar os administradores públicos que dão prejuízo e envergonham o Brasil lá fora. "Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer", explica o Senhor às multidões que se espremiam atrás de vantagens, sem colocar na balança o peso da cruz. Pedro fez uma minuciosa planilha de custos ao lembrar tais palavras de Jesus, e completou: "Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros" (1 Pedro 4.10). Parece que a velha lição, de colocar tudo na ponta do lápis, é um aprendizado que precisa bem mais que uma simples calculadora.

                                                                                                                                        
Marcos Schmidt
pastor luterano
marsch@terra.com.br

quarta-feira, 5 de março de 2014

"Muito Mais Que Cinzas"

      Após um incêndio, o que sobra são cinzas. Depois da erupção vulcânica, lá estão elas até onde o vento levar. Pó, resíduos, restos. Da cor do céu encoberto, melancólico, destoante do azul ensolarado.
     Para muita gente, a Quarta-Feira de Cinzas tem este aspecto abatido, triste, de ressaca, de um fogo que pouco ou nada deixou. Mas, este dia tem um significado distinto daquilo que pretende descolorir. É o início de um tempo especial. De reflexão, concentração, incubação. Algo complexo nestes dias agitados, conectados, corridos. 
     Quem ainda tem espaço para refletir? As tarefas, os compromissos, as metas, a televisão, a internet, os programas - tudo conspira contra o quê as cinzas tentam encobrir.

     "Em sinal de tristeza", registra a Bíblia, "vestiram roupas feitas de pano grosseiro e puseram cinzas na cabeça. Então se levantaram e começaram a confessar os pecados que eles e seus antepassados haviam cometido.
     Durante mais ou menos três horas, a Lei do Senhor, seu Deus, foi lida para eles. E nas três horas seguintes eles confessaram os seus pecados e adoraram a Deus" (Neemias 9.2,3).  
     Esse ritual bíblico do Antigo Testamento inspirou os cristãos no mesmo simbolismo, e no século cinco, os 40 dias antes da Páscoa foram marcados com a Quarta-feira de Cinzas. Tudo para sublinhar que a cinzenta paixão e morte do Senhor Jesus tinham uma razão: os nossos pecados. E depois com as cores vibrantes da ressurreição.
      Mas a tradição pode virar traição. Cinzas podem querer, inadvertidamente, colorir. Quarenta dias sem alegria? Sem carne? Melhor, então, uma despedida de solteiro, uma festa da carne! Foi o que também fizeram no tempo de Isaías, e por isto a desaprovação divina: "Eu odeio o incenso que vocês queimam, não suporta as festas religiosas" (1.13). 

     Cinzas, no entanto, são mais que cinzas quando há renovação. E com ela a confidência: "Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido" (Salmo 51.17).

Marcos Schmidt
pastor luterano