quinta-feira, 25 de junho de 2015

Esfarelando Verdades


Edgar Morin é um francês que adora o Brasil e sua diversidade. Ele é filósofo, antropólogo e sociólogo. Um dos grandes nomes da filosofia atual. Um gênio. Um grande pensador. Arrasta multidões com suas palestras, livros e debates sobre educação. É referência internacional de conhecimento. Sua linha de filosofia é que todos os pensamentos precisam ser reformados, reformulados. É preciso esvaziar a cabeça e reaprender a aprender.
Em uma de suas obras, Educar na Era Planetária, Morin afirma que “a descoberta de que a verdade não é inalterável, mas frágil, constitui uma das maiores, das mais belas, das mais emocionantes do espírito humano. Num dado momento, é possível pôr em dúvida todas as verdades estabelecidas”. O grande filósofo da atualidade ensina que o prazer do conhecimento é esfarelar verdades e conceitos.
O problema do esfarelar conceitos e verdades é que a própria sociedade acaba sendo esfarelada. Lentamente, quase que impercebível. O debate na Assembleia Legislativa Gaúcha sobre a ideologia de gênero no Plano Estadual de Educação é exemplo disto! Esfarelar a verdade de que menino é menino e menina é menina é colocar na prática o pensamento de Morin em um plano oficial de um Governo! “São apenas crianças. Depois escolhem se vão ser meninos ou meninas”. E assim a sociedade vai esfarelando-se lentamente, juntamente com seus conceitos, verdades e sua própria natureza biológica.
        Mas há uma Verdade questionada a tempos. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (João 14.6). Jesus. Para alguns esta Verdade causa desconforto, inquietação, indiferença, rejeição, vontade de esfarelar. Para outros, esta Verdade é Vida, recomeço, consolo, orientação, força, salvação. O que esta Verdade é para você?
       Então fica a dica: cuidado com a filosofia de questionar todas as verdades. É claro que o questionamento é o combustível para os avanços na medicina, tecnologia e qualquer outra forma de conhecimento. Mas derrubar todas as verdades é até contraditório. Cria-se a grande verdade de que não há verdades! Jesus é a Verdade Divina que ninguém consegue esfarelar. Ao contrário, é Jesus quem esfarela nossa vida e a remonta, reconstrói e transforma. O que é esta Verdade para você?
Pastor Bruno A. K. Serves

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Carta aberta do Presidente da IELB sobre a passeata LGBT de São Paulo

     Queridos irmãos e irmãs. 

     A última parada LGBT realizada em São Paulo, no domingo passado, mais uma vez mexeu com a sociedade brasileira. Em especial, com os cristãos, a partir do protesto de um transexual, que vestiu-se de Jesus Cristo crucificado na cruz, fazendo uma analogia do sofrimento de Jesus com o sofrimento que os travestis sofrem na sociedade civil.

     Ainda que muitos de nós tenhamos ficado ofendidos com a cena, por considerarmos uma blasfêmia, não nos compete julgar o transexual (Lc 6.37, 38). Aparentemente, ele pertence a um grupo que busca justamente através da polêmica e do confronto protestar por suas demandas.
     
     Outrossim, nos compete seguirmos a sugestão de Jesus de virar a outra face (Mt 5.39), isso é, não responder protesto com protesto, ódio com ódio, falta de respeito com falta de respeito. A nós compete testemunhar e viver o amor de Jesus a todos os seres humanos, seja heterossexual, homossexual, travesti, etc.; todos nós humilhados pelo pecado que nossos pais Adão e Eva nos legaram (Gn 3; 1 Co 15.21, 22). Somente o Evangelho tem o poder transformador de curar os pecados e somente Cristo atende perfeitamente as principais demandas de cada pecador: a remissão dos pecados e a Vida Eterna (Rm 1.16, Jo 3.16). 

     Como diz uma famosa frase popular, “Jesus não precisa de advogados, mas sim de testemunhas”. Que em lugar das trevas, haja luz nos corações. Que em lugar do ódio, haja amor em nossos relacionamentos. 
     
     Que em lugar da intolerância façamo-nos de tudo para com todos, com o intuito de ganharmos almas para Cristo (Mt 5.16; 1 Co 9.22; Jo 15.12; Rm 12.10). 

     Que, como povo de Deus, continuemos sendo o sal da terra e a luz para o mundo (Mt 5.13, 14), denunciando o pecado, mas superabundando o Evangelho em nossos pensamentos, palavras e ações (Rm 5.20). 

     Que o amor e a graça do Salvador Jesus nos motivem a viver e testemunhar o que o Senhor tem feito em nossas vidas, hoje e sempre (Sl 118.17)!
   
 Porto Alegre, RS, 10 de junho de 2015. 
 Rev. Egon Kopereck 
 Presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
  www.ielb.org.br

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pátria Alienadora.

Neste mês de Maio, o Governo Federal teve aprovada a decisão de dar mais de 14 milhões de conversores digitais às famílias inscritas no Programa Bolsa Família. Conforme o próprio Governo, é um conversor de televisão supermoderno que vai suprir as necessidades das famílias. A princípio, cerca de R$ 130,00 cada conversor digital. Se são 14 milhões de lares que vão receber cada conversor, a conta é de apenas R$ 1.820.000.000,00 (Um bilhão e oitocentos milhões de Reais). Sim, quase dois bilhões de reais gastos para ter uma televisão com qualidade.
Um tapa na cara da sociedade. Só pode ser isto.  Um tapa naqueles que saíram às ruas, com as cores do Brasil, pedindo melhores investimentos, melhor educação, melhorias na saúde. Um tapa naqueles que passam as madrugadas frias nas filas do SUS para tentar conseguir uma consulta. Um tapa naqueles que viram o sonho da universidade virar pó diante da falência do FIES. Um tapa na cara daqueles que vivem num Brasil tão rico e ao mesmo tempo tão pobre e miserável. Rico em arrecadação. Pobre em aplicação.

Posso estar completamente errado. Tomara que sim. Mas estes quase dois bilhões do Governo Federal são um investimento na alienação. Não acho que a televisão seja a caixa do Diabo, como era dito antigamente. É claro que há cultura, informação e muita coisa boa na telinha. Mas ela pode alienar. Tanto faz os investimentos em educação ou em transporte público, desde que o galã beije a mocinha no final da novela. Tanto faz se vão ser punidos ou não os grandes corruptos da nação, desde que o futebol passe em HD. A pátria educadora não tem dinheiro para o FIES, mas para a televisão digital tem. E muito. Tomara que eu esteja errado. Mas até parece que o Governo faz questão de alienar seu povo! Pão e circo! Assim, há poucos questionamentos, pouco acesso à informação, poucas cabeças pensantes. O povo longe das decisões que lhe interessam.
Este mesmo cenário de alienação é retratado por volta de 730 a.C. Um povo alienado. Alienado de Deus. Com um pano de fundo de caos social e moral, bem semelhante ao nosso, Deus disse: “o meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento” (Oséias 4.6). E não era conhecimento científico ou cultural. Faltava o conhecimento da Palavra, o conhecimento de Deus, fé. Alguma semelhança com nossos dias?
Então fica a dica: a falta de conhecimento cria alienação. Um bilhão e oitocentos milhões investidos em conversores digitais cheira a estratégia para alienar o povo brasileiro. Principalmente o povo simples e sem instrução. Cuidado com a alienação. Conheça a Verdade. Ou melhor, conheça “o Caminho, a Verdade e a Vida”. Jesus. O próprio Salvador disse: “Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8.31-32). Seja libertado da culpa. Seja libertado da aflição. Seja libertado da escravidão. Conheça a Verdade que transforma vidas. Conheça Jesus.
Pastor Bruno A. Krüger Serves

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pulando Etapas


Deve ser recompensador e agradável viver uma aposentadoria feliz. Colher os frutos de uma vida inteira de trabalho. Para alguns, morar numa casa bacana, aconchegante. Poder andar num bom carro, potente, confortável. Poder viajar, desfrutar de longos dias à beira mar ou curtir um friozinho comendo foundue com um bom vinho e sem preocupação. Tudo fruto de décadas de trabalho e economias. 
 
Sabe o que tenho reparado? Que alguns jovens querem pular etapas. Já querem desfrutar das alegrias da aposentadoria. Observam com inveja os senhores que têm um carro melhor, uma casa melhor, um padrão de vida melhor. Querem isto para eles. Já querem ter o carrão top do ano. Já querem ter a melhor casa no melhor bairro. Querem ostentar algo que a vida ainda não oferece. Querem pular etapas.
 
Quem quer pular etapas precisa lembrar de algo. Os mesmos senhores do carrão e da casona já passaram necessidade. Já viveram de maneira humilde. Moraram em casa cheia de frestas que faziam arder ainda mais o inverno. Bebiam refrigerante uma vez ao ano, no natal. Carregavam seus cadernos para a escola em sacos plásticos do Açúcar União. Aprenderam mecânica na prática, com seus Corcéis, Brasílias e Fuscas. Se hoje tem uma vida confortável, é porque não viveram só na sombra.
 
Tudo tem seu tempo. Não adianta querer pular etapas. E alguns jovens, acelerados pelo consumismo, querem ter o que a vida pode lhes oferecer só daqui a uns 30 ou 40 anos. Cada passo de uma vez. Não é à toa que Deus diz: “Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião” (Eclesiastes 3.1). Há tempo de suar, trabalhar, conquistar. Há tempo de desfrutar, alegrar o coração, curtir os frutos do trabalho.
 
Não há como pular etapas, especialmente uma. Crer em Jesus, “o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (João 14.6). Uma vida regrada, apegadas a amuletos espirituais e seduzidas por conversas religiosas macias. Sem Jesus, toda esta parafernália espiritual é nada. Estar sem Jesus é tentar pular etapas. Estar com Jesus é ter o céu aberto. É ter neste Deus real o perdão, o consolo, a força, a esperança, a salvação.
 
Então fica a dica: não adianta tentar pular etapas. Tudo tem seu tempo. Tempo de trabalhar, suar, conquistar. Tempo de aproveitar os frutos de uma vida de trabalho. Tempo de se arrepender. Tempo de crer em Jesus como Deus. Tempo de ser transformado por este amor incondicional. Não pule etapas. Jesus. É dele que você precisa.
 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Harry Potter ou a Bíblia?

Certa vez ouvi um especialista na área dizendo que seria inevitável comunicar sem interatividade. Grandes meios de comunicação precisam interagir com seu público alvo. E vice-versa. Perceba isto nos programas de rádio e televisão. Ouvintes e telespectadores enviando E-mails, Tweets, Whatsapps. Dão opiniões, comunicam algum acontecimento, fazem perguntas.
Mas é na democrática internet que tudo isto torna-se gigantesco. Os sites mais acessados são aqueles que abrem espaço para comentários e manifestações dos leitores. Interatividade. Livre. Diferentes pontos de vista, favoráveis e contras.

       Estes dias me aventurei por estes comentários interativos. Foi em uma notícia do Jornal Zero Hora de Porto Alegre(RS) a respeito da deputada estadual Liziane Bayer, que propôs o ensino no criacionismo como ciência nas escolas gaúchas. Postei minha opinião, dizendo que seria bom a sociedade voltar a falar em valores cristãos.
Fui bombardeado. Ateus manifestando-se agressivamente. Não é apenas questão de não crer. É ter ânsia quando se fala de Deus. É tornar-se agressivo quando se ouve o nome Jesus. É chamar de loucos e idiotas os que creem na criação do universo. Nas palavras deles, preferem ler Harry Potter do que a maior farsa, a Bíblia. A proposta da deputada não vai passar, até porque religião e estado são coisas diferentes. Cada um no seu quadrado.
        Mas fico pensando que é fácil ser ateu. É fácil quando a vida vai bem. Quando o emprego é feliz. Quando os filhos têm saúde. Quando nunca se passou por um hospital. Quando as idas ao cemitério são raras. É fácil ser ateu. Parece coisa moderna, científica, acadêmica, evoluída. Quero ver até onde vai o ateu. Quando seu filho estiver correndo risco de vida. Quando perder o emprego. Quando as constantes idas ao cemitério o fizer pensar no sentido da vida. Quando ele mesmo estiver entre a vida e a morte. Na cama de um hospital, à beira da morte, será que ainda vão preferir alguém que lhes fale de Harry Potter? Ou de alguém que lhes fale daquele que fingiram não existir?
       Jesus, Deus real e Salvador, avisou que assim seria: “Todos os odiarão por serem meus seguidores. Nessa época muitos vão abandonar a sua fé e vão trair e odiar uns aos outros. Então muitos falsos profetas aparecerão e enganarão muita gente. A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará; mas quem ficar firme até o fim será salvo” (Mateus 24.9-13).
       Então fica a dica: é fácil ser ateu quando a vida é tranquila. Ser ateu também é crer. Crer no vazio e no vácuo. Crer que não crê. E, na sua repulsão e aversão à cruz de Jesus, cumprem as palavras de ódio contra os cristãos. E entre Harry Potter e a Bíblia? Ainda prefiro a Bíblia, esta que revela Jesus, um Deus cheio de amor e misericórdia. Um dia será revelado quem fez a escolha correta.
Pastor Bruno A. Krüger Serves - CEL Cristo, Candelária-RS

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O ato de procrastinar


                Procrastinar. Quem nunca procrastinou? Sim! Procrastinar é a arte de deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Adiar tarefas. Deixar para depois. Em uma pesquisa, que parece não ter sido procrastinada, foi apurado que 82% dos universitários brasileiros tem o hábito de deixar para depois as tarefas, trabalhos e teses. Ah! Como é o slogan mesmo? “brasileiro deixa tudo para a última hora”. É só lembrar dos recadastramentos de títulos de eleitor, declaração de imposto de renda e até mesmo as obras públicas (se é que estas terminam).
                Procrastinar pode fazer mal à saúde. Esta é a descoberta de uma pesquisadora canadense. Pessoas que têm o hábito de deixar para depois suas atividades tem maior tendência de sofrer alguma doença cardíaca. Isto porque procrastinar causa estresse, sedentarismo pelo adiamento da realização de exercícios físicos e fortes emoções por ter que trabalhar sempre sob pressão por ter deixado tudo para a última hora.
                Procrastinar não é bom. E é por isto que Deus diz: “Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia de ser salvo” (2 Coríntios 6.2). Não procrastine. Deixe-se amar por Deus hoje. Deixe-se ser tocado e transformado pelo amor de Jesus. De sol a sol, os braços de Jesus estão abertos esperando por você e sua família. Agora é o dia da salvação, do perdão, da transformação.
                A vida pode ser diferente. Erros podem ser perdoados. Tristezas podem ser consoladas. Sofrimentos podem ser suavizados. Páginas da vida podem ser reescritas. Relacionamentos podem ser reconstruídos. “Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo” (2 Coríntios 5.17). Não procrastine. Hoje é o dia da salvação. Hoje é o dia da transformação. Agora é a hora de estar unido com Cristo. O amanhã pode ser tarde.
                Então fica a dica: procrastinar pode fazer mal à saúde! Estresse, preocupação, agitação, sedentarismo. Uma bomba para o coração! Não procrastine a graça e o perdão de Deus. Não deixe para depois. Não deixe para um outro dia. Pode ser tarde. Hoje é o dia da salvação. Aproveite. A vida pode ser diferente.
Pastor Bruno A. Krüger Serves

quinta-feira, 9 de abril de 2015

O traumático pós Páscoa



Eis que o tempo de Páscoa passou. Já. Poxa, até parece que há alguns dias atrás as pessoas se abraçavam e desejavam um Feliz Natal, um Feliz Ano Novo! E a Páscoa já acabou!? Parece que foi estes dias em que todos aproveitavam as férias, os passeios, a praia! E agora, a Páscoa já acabou!?
Sim, a Páscoa acabou. O coelhinho só volta em 2016 – que deve estar logo ali, pela velocidade do tempo. Lá se foi a Páscoa e agora ficam apenas as consequências. Os resultados da Páscoa estão aí: criançada entupida de chocolate! Sim, é um verdadeiro estoque de doces que os pais (numa tarefa árdua) tentam oferecer aos filhos em conta gotas. Sem falar que o trabalho de horas confeccionando chocolates nas formas e os arrumando quase perfeitamente nas embalagens acabam em segundos, destroçados pelas bocas famintas com fortes tendências de chocolatite aguda. E qual é o adulto que não foge da balança no pós Páscoa? Páscoa também é tempo de arrependimento. Arrependimento por devorar doces, chocolates e guloseimas, por sair dos limites.
A Páscoa acabou. Sua consequência não. “E, porque eu vivo, vocês também viverão” (João 14.19). Jesus vive. Foi ressuscitado. É Deus Salvador. Ele vive, nós viveremos. A consequência da Páscoa não traz problemas à saúde, não engorda, não dá dor de barriga na criançada. A consequência da Páscoa de Jesus traz salvação, perdão, recomeço, esperança, alegria. O Salvador vive. Ele é real e interessado por você, por sua vida, por seus problemas, por suas necessidades. Consuma sem medo. Estoque no coração a Páscoa de Jesus. Ofereça aos seus filhos. Eles vão adorar!

Então fica a dica: a Páscoa deixou suas consequências! Overdoses de chocolate, estoques de guloseimas, adultos fugindo das balanças, pais reorganizando as contas do mês para conseguir pagar os preciosos e caros ovos de chocolate. Mas calma lá! Saboreie, desfrute, estoque e ofereça a alguém as consequências da verdadeira Páscoa. Jesus ressuscitou. Deus nos deu Jesus como Salvador, Redentor, Senhor e Rei. Ele vive. Se você crer, viverá também. Creia. Viva. Saboreie as consequências da Páscoa de Jesus.
Pastor Bruno A. Krüger Serves

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A PORTA FECHADA DO GÓLGOTA

É assustador imaginar que a nossa vida pode estar nas mãos de uma pessoa maluca que derruba aviões. Pior que o Brasil hoje é um Airbus que está caindo porque depende de pessoas que fecharam a porta à honestidade. Um ano atrás foi o menino Bernardo que dependia de um pai insano. São atrocidades que se multiplicam, tudo porque a vida na terra está nas mãos de gente maluca.

É por isso que existe uma Sexta-feira Santa. Jesus se fez gente, de carne e osso, para nos livrar da dependência mortal de nós mesmos. Com uma diferença: "Ele foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou" (Hebreus 4.15). Jesus entrou na cabine do avião, fechou a porta, e ali se trancou, sozinho - ele, a cruz e os nossos pecados. Não atirou o avião contra as montanhas. Jogou-se contra o Diabo, o pecado, a morte. Foi abandonado no Monte Gólgota e ali sacrificado para o mundo inteiro ser resgatado.

É claro, esta história também é maluca para muita gente. A cruz é loucura, descreveu Paulo aos coríntios. A cruz só tem significado quando é de ouro, polida, incrustada com pedras preciosas. A cruz da Sexta-feira Santa - tosca, ensanguentada, dolorida - é escândalo. Por isto mesmo rejeitada pelo mundo e até por quem se diz cristão. Na Inglaterra uma igreja decidiu retirar a imagem do Cristo crucificado na frente do templo porque era desagradável aos fiéis e “assustava as crianças”.  Atualmente exposta num museu, o diretor do local afirmou que "não é uma imagem que muitas igrejas querem seguir. Elas preferem ver uma cruz vazia". As vezes são interpretações iconoclastas, mas o que reina é o espírito hedonista - a idolatria do prazer. 

A vida humana só tem sentido se a cruz estiver repleta com o sofrimento solitário do Filho de Deus. Porque só existe Páscoa quando existe uma Sexta-Feira Santa exposta e acreditada. E no fim das contas, num mundo tão assustador, é confortável saber que a nossa vida está nas mãos de um Deus que nos ama tanto que entregou seu único Filho.
       
Marcos Schmidt

sexta-feira, 27 de março de 2015

DOMINGO DE RAMOS


Este Domingo é o dia em que começa a SEMANA SANTA, momento muito bom para refletirmos sobre a vida e obra de Nosso Senhor Jesus Cristo. O texto a seguir é uma mensagem do Rev. Marcos Schmidt que nos ajuda nesse propósito. Leia , Medite e Compartilhe!!!!
Pr. Fernando Eler


Jesus no caminhão dos bombeiros
 
     E se Jesus entrasse hoje em nossa cidade montado num caminhão do Corpo de Bombeiros com as sirenes ligadas? O que aconteceria seis dias depois? Há dois mil anos o povo esperava que ele resolvesse os problemas sociais, políticos, econômicos. Os judeus viviam debaixo da opressão romana, altos impostos, fome, doenças, miséria. A esperança era o Jesus dos milagres, do poder em multiplicar pães, do carisma em atrair multidões... Por isto o entusiasmo naquele Domingo de Ramos: "Bendito o que vem em nome do Senhor". Mas as coisas mudaram quando Jesus não ouviu a voz do povo. O bendito virou maldito e as palmas em "crucifica-o, crucifica-o".

     O quê queremos de Jesus? Falo de nós, aqueles que o censo do IBGE divulgou: 86% dos brasileiros são nominalmente cristãos. "Se alguém quiser me seguir, carregue antes a sua cruz", conclamou Jesus. Carregar a cruz? A cruz do Gólgota? Não! Esta já foi suportada em nosso lugar. "Está consumado" foram as últimas palavras dele naquela sexta-feira. Por isto a boa notícia: Não precisamos mais sofrer o castigo eterno pelos nossos pecados (alguns ainda pensam que praticar boas obras para entrar no céu). É claro, a cruz de Jesus não invalida a cruz do seguidor de Jesus. Tanto que o Salvador avisa depois do tapete vermelho que lhe estenderam: "Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira" (João 12.25).

     Nestes tempos de Facebook, vemos um Jesus que ainda não desceu do caminhão dos bombeiros. É o Jesus do sucesso, do poder, da prosperidade. É o Jesus fake do Pedro que disse "não vai à Jerusalém" e por isso a advertência do Senhor: "Sai da minha frente, Satanás" (Mateus 16.23). Satanás não queria a cruz de Jesus porque nela está a derrota dele. Satanás não quer a nossa cruz pois ela traduz a fé e a vida de amor e serviço ao próximo. O mundo precisa urgentemente mais da cruz e menos da glória.

Marcos Schmidt

sexta-feira, 20 de março de 2015

Nosso escultor maior

                Imagino um escultor frente a um bloco de mármore para nele esculpir uma figura. Ele vê aquele bloco com muita naturalidade porque, ao mesmo tempo, “vê” a figura que está ali dentro. Então o que ele faz? Com cinzel e martelo ele retira do bloco aquilo que ainda cobre a imagem e surge uma obra prima. Éramos, inicialmente, um bloco de barro. O escultor maior eliminou aquilo que não seria autêntico na imagem e do pó da terra emerge a nobre figura humana, coroa da criação.
                Então, éramos a imagem de Deus (Gn 2.1). Hoje, nadando contra a correnteza em águas poluídas, grudam em nossa figura impurezas, tais como “adultério, prostituição, furtos, falsos, blasfêmias (Mt 15.19); inveja, avareza, malícia, soberba (Rm 1.29ss); iras, intrigas, orgulho, tumultos (2 Co 12.20); ciúmes, discórdias, bebedeiras  (Gl 5.20); conversação torpe, chocarrices ) (Ef 5.3); desobediência aos pais, ingratidão, arrogância, sem domínio próprio (2 Tm 3.2ss) – e por aí vai...
                Quando assim acontece, deformados em nossa figura original, o escultor maior retoma as ferramentas e trabalha em nós para restaurar a imagem divina, afetada pela poluição do pecado (Rm 3.23). Ele “lava a imundícia (Is 4.4), corta o ramo improdutivo (Jo15.2), corrige a quem ama (Hb 12.6), e açoita todo filho que recebe, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes de sua santidade”(Hb 12.6ss).
                 Este trabalho de restauração, ele o faz contínua e diariamente pela Palavra – o seu cinzel e martelo. Já havia prometido em Jeremias: “Te restaurarei a saúde e curarei as tuas chagas” (Jr 30.17). E o salmista confirma: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e da sabedoria aos simples” (Sl 19.7).  Diversos são os apelos da Palavra: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, limpai o coração” (Tg 4.8). E na tribulação seu martelo bate forte, “sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm5.3,4). Mesmo batendo forte “é socorro bem presente na tribulação” (Sl 46.1), fortalecendo a alma a fim de “permanecermos firmes na fé” (At 14.22).
                Eis porque o evangelista João, inspirado, exalta e resume esta obra de restauração do divino escultor, nestas maravilhosas palavras de consolo, fé e salvação: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
                Esculpidos e sempre restaurados, cantemos com o salmista: “Louvar-te-ei Senhor, de todo o meu coração; cantarei todas as tuas maravilhas” (Sl 9.1).
                Guido Rubem Goerl – Pastor emérito da IELB.